A declaração foi dada pelo secretário de Economia e Finanças de Macau, Leong Vai Tac, durante o primeiro dia de debate na Assembleia Legislativa das Linhas de Ação Governativa (LAG) para 2019 e publicada pela Agência Lusa.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Túlio Cariello, gerente de Análises e Pesquisas do Conselho Empresarial Brasil-China, comemorou a declaração.
"Existe uma série de interesses nessas regiões que podem ser benéficas para países lusófonos como Brasil e Portugal", disse.
Para o próximo ano, Leong Vai Tac afirmou que pretende intensificar a cooperação econômica e comercial em três eixos. "Brasil-América Latina, Portugal-União Europeia, Angola e Moçambique-África, para apoiar os parceiros a expandirem as suas redes de cooperação de dois sentidos até à União Europeia, à América Latina e aos países africanos".
Túlio Cariello explicou também que comercializar através de Macau "traz certas facilidades", como por exemplo, o acesso à internet irrestrito, diferente do que acontece na China.
"O fato deles terem uma liberdade maior em relação a China Continental não exime o fato de que eles estão sob controle de Pequim. A grande facilidade de Macau é justamente essa maior liberdade e autonomia que facilitaria uma série de negócios e o apelo à origem lusófona", destacou.
O saldo comercial (US$ 20,166 bilhões) e as exportações brasileiras para a China (US$ 47,488 bilhões) chegaram a bater recorde no ano passado. Túlio Cariello disse que a China vem utilizando Macau como "entreposto comercial" para os países lusófonos.
"Esse esforço da China em transformar Macau em uma região que tem justamente esse apelo lusófono é algo muito recente e que está sendo desenvolvido ainda, mas eu vejo isso como uma atitude muito positiva do governo chinês e que sem dúvida pode trazer uma série de negócios para os dois lados", completou.