"Estamos solidários com nossos colegas em Kiev e com os consulados gerais da Rússia na Ucrânia, que regularmente enfrentam agressões. Apelamos aos EUA a refrearem os seus protegidos. Os nacionalistas radicais e os neonazistas devem ser detidos na Ucrânia", diz a mensagem publicada na página da embaixada no Facebook.
O professor de ciências políticas na Universidade Estatal de Moscou, Andrei Manoilo, comentou a situação ao serviço russo da Rádio Sputnik.
De acordo com especialista, a convocação dos Estados Unidos para "porem um freio" aos ucranianos é absolutamente justa. A provocação organizada pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) usando navios da Marinha no estreito de Kerch foi uma ação planejada e coordenada com Washington.
"Pode haver uma situação em que os ucranianos tentarão irromper novamente através do estreito de Kerch em algum tipo de embarcação, barcaças ou infláveis e, quando os forem deter, encontraremos lá tripulações ucranianas e americanas mistas", disse o político.
Segundo ele, nessa situação, em primeiro lugar, a Rússia precisa manter o autocontrole e não ceder às provocações, porque esses incidentes são especialmente planejados para que a Rússia responda.
"Devemos entender que isto não é uma improvisação dos serviços secretos ucranianos — é uma combinação de passes múltiplos. Seria bom calcular esta combinação e agir no sentido contrário aos planos de Kiev e Washington", disse Andrei Manoilo.
Além disso, existem até mesmo forças nos EUA que estão prontas para lutar contra o ressurgimento do nazismo na Ucrânia. A opinião pública nos EUA se expressa de formas bastante diferentes e nem sempre em apoio da linha política que está sendo seguida pelas autoridades americanas. Estas tentam mais uma vez fazer passar os ucranianos por inofensivos nacionalistas locais que não representam ameaça ao mundo e à segurança internacional global.
"Agora, quando o neonazismo ucraniano, que venceu em resultado do Euromaidan, começou a ultrapassar as fronteiras geográficas do país, está ficando claro mesmo para o público ocidental quem foram os que exatamente chegaram ao poder em 2014 na Ucrânia", acrescentou o cientista político.
Nesta segunda-feira (26), após o incidente com navios ucranianos no estreito de Kerch, a Suprema Rada (parlamento ucraniano) aprovou a imposição da lei marcial por um prazo de 30 dias, abrangendo diferentes partes do país, decisão que já havia sido apoiada pelo presidente Pyotr Poroshenko.
Em 25 de novembro três navios da Marinha ucraniana, Berdyansk, Nikopol e Yany Kapu, violando os artigos 19 e 21 da Convenção da ONU sobre o direito marítimo, cruzaram a fronteira da Rússia. Os navios realizaram manobras perigosas durante várias horas sem reagir às exigências das embarcações russas que os acompanhavam.
Foi tomada a decisão de usar armas. Os navios ucranianos foram detidos. Durante o incidente, três militares ucranianos ficaram levemente feridos. Eles receberam assistência médica e não correm risco de vida. A Rússia abriu um processo criminal por violação da fronteira.