Trump e Xi se reuniram em Buenos Aires, pouco depois de a cúpula anual das principais potências econômicas do mundo ter sido concluída com uma declaração diluída descrita por um especialista do G20 como o "menor denominador comum" da diplomacia internacional.
"O relacionamento é muito especial — o relacionamento que eu tenho com o presidente Xi — e eu acho que será uma razão muito primordial para que nós provavelmente acabemos conseguindo algo que será bom para a China e os Estados Unidos", afirmou Trump disse no início do jantar.
O líder da China comunista, que se posicionou como um defensor do capitalismo global estável, disse a Trump: "Somente com a cooperação entre nós podemos servir ao interesse da paz e da prosperidade".
A chanceler alemã Angela Merkel expressou a esperança de que a reunião sino-americana "levaria a soluções", depois que Trump iniciou uma guerra comercial ao impor US$ 250 bilhões em tarifas sobre a China e ameaçando mais no mês que vem.
"Todos percebemos que somos indiretamente influenciados pelo fato de que as relações econômicas sino-americanas não estão funcionando tão bem quanto uma ordem mundial precisa", avaliou Merkel a repórteres.
O comunicado do G20 foi finalmente adotado após negociações que os negociadores garantiram que a cúpula da Argentina, pelo menos na crise, terminasse com uma plataforma conjunta, ao contrário das recentes cúpulas do G7 e Ásia-Pacífico, nas quais as objeções de Trump causaram colapsos sem precedentes.
Além dos Estados Unidos, todos os outros membros do G20 concordaram em implementar o "irreversível" Acordo de Paris sobre mudança climática, antes da cúpula da ONU sobre a ameaça planetária a partir da próxima semana na Polônia, a COP24.
Mas também enfatizou a necessidade de respeitar diferentes ritmos de desenvolvimento econômico, à medida que as economias em desenvolvimento hesitam em ir além em suas promessas em Paris.
A oposição de Trump desafia o consenso científico internacional e as conclusões de seu próprio governo, que divulgou um relatório na semana passada alertando para um enorme impacto na economia dos EUA a menos que uma ação seja tomada agora.
No entanto, o comunicado do G20 disse que "os Estados Unidos reiteram sua decisão de retirar-se do Acordo de Paris", espelhando a divergência observada no ano passado quando Trump chocou a comunidade global contrariando o consenso em seu primeiro G20.
Credibilidade em questão
O comunicado também omitiu as promessas do G20 de lutar contra o protecionismo e manter as regras comerciais multilaterais, que costumavam ser um dos pilares das principais economias do mundo pré-Trump.
Em vez disso, ela meramente reconheceu a "contribuição" do "sistema multilateral de comércio" e acrescentou que estava "aquém" dos objetivos de crescimento e criação de empregos.
"Os Estados Unidos, que são a economia mais aberta do mundo, não aceitam ser algemados", declarou o presidente da cúpula, o líder argentino Mauricio Macri em entrevista coletiva.
Para o efeito, o G20 concordou em reformar a Organização Mundial do Comércio (OMC), que é acusada por Trump de limitar as liberdades comerciais dos EUA para a vantagem da China e de outros rivais.