Por maior que seja o desejo da Polônia de atrair a atenção dos EUA e o do presidente norte-americano, Donald Trump, de ter uma base militar com o nome dele, o Forte Trump não representa nada mais que um erro, tanto político como econômico, escreve o jornalista do The Times, Roger Boyes.
Na opinião do autor, uma nova base americana na Polônia será benéfica para a Rússia que, caso seja construída, terá todo o direito de acusar a OTAN de alargamento e, consequentemente, terá um pretexto para aumentar a sua já impressionante guarnição militar em Kaliningrado (enclave russo entre a Polônia e a Lituânia, na costa do mar Báltico).
Ademais, a crença russa em que o Ocidente pretende cercá-la contribuirá para que Moscou aumente o orçamento militar, opina o jornalista.
Na Rússia, escreve o autor, qualquer um sabe que é benéfico obrigar o inimigo a lutar em duas frentes. E neste caso a Rússia encontrou um meio para desafiar a OTAN nos flancos nordeste e sudeste.
Na opinião dele, o maior confronto entre a Rússia e seus aliados com os países ocidentais pode se desencadear na região do Báltico, visto que os países da região — Estônia, Lituânia e Letônia — estão muito preocupados com a atividade russa.
Outro desafio à OTAN pode surgir se a Rússia e China juntarem suas forças. Nesse caso, uma base militar na Polônia não terá nenhum sentido para a proteção da Aliança. Portanto, assegura o autor, seria melhor se a OTAN dispendesse esforços para resolver os problemas crônicos, tais como a falta de financiamento militar e as estratégias mal preparadas.