"Estamos confiantes em chegar a um acordo [com os EUA] nos próximos 90 dias", declarou o porta-voz do Ministério do Comércio da China, Gao Feng, em uma entrevista semanal na quinta-feira.
O funcionário chinês acrescentou que os dois lados estão se comunicando e cooperando desde que os líderes dos dois países, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o chinês Xi Jinping, se reuniram na cúpula do G20 em Buenos Aires, na Argentina, no fim de semana.
Trump concordou em adiar novos aumentos de tarifas durante conversas entre Washington e Pequim como parte do cessar-fogo da guerra comercial de 90 dias. O Ministério do Comércio disse que a China "implementará imediatamente o consenso alcançado pelos dois lados sobre produtos agrícolas, carros e energia".
Autoridades americanas e chinesas também estão planejando discutir proteção à propriedade intelectual, cooperação técnica, acesso a mercados e sua balança comercial, acrescentou Gao.
A última declaração vem depois da prisão de uma executiva sênior da gigante chinesa de telecomunicações Huawei, no Canadá, a pedido de Washington. Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei e filha do fundador da empresa, é suspeita de violar o embargo comercial contra o Irã e agora enfrenta extradição para os EUA.
A China manifestou um forte protesto contra a prisão e exigiu explicações de Ottawa e Washington. O Ministério de Relações Exteriores da China disse que os países "devem esclarecer as razões da detenção e liberar imediatamente Meng".
A prisão provocou temores entre os investidores de que a guerra comercial EUA-China só poderá aumentar. As principais bolsas de valores da Ásia despencaram depois das notícias, com o índice Shanghai Composite Index perdendo 1,3% e o Hang Seng de Hong Kong caindo 2,52%.