Ele é o caçula de uma família que vai aumentar. Com propulsão por motores diesel-elétricos, o Riachuelo ganhará três irmãos com o mesmo sistema de propulsão. Em 2029, está prevista a entrega da jóia da cora: o primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.
Todas as embarcações serão construídas na Itaguaí Construções Navais, empresa fruto da parceria franco-brasileira e subsidiária da Odebrecht. Segundo a própria companhia, ela é a única fabricante de submarinos no hemisfério sul.
Com o futuro submarino nuclear brasileiro, o país entrará em um seleto clube. Apenas Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, França, China e Índia têm embarcações deste tipo em suas frotas.
O recém nascido Riachuelo foi batizado em cerimônia com o presidente em exercício, Michel Temer (MDB) e seu sucessor, Jair Bolsonaro (PSL). A madrinha foi a primeira dama Marcela Temer, que quebrou uma taça de champagne na embarcação, seguindo ritual das forças navais.
O embaixador da França e o Comandante da Marinha francesa também participaram da cerimônia. Segundo o Estadão, havia a expectativa do presidente francês, Emmanuel Macron, também vir para o batismo, mas a viagem foi cancelada.
O acordo entre Brasil e França foi assinado em 2009, pelos então presidentes Lula (PT) e Nicolas Sarkozy. O investimento total previsto no programa de renovação de submarinos brasileiros, conhecido como PROSUB, é de R$ 35 bilhões, divididos de 2008 até 2028. Deste valor, já foram investidos cerca de R$ 17 bilhões.
O PROSUB já esteve na mira das autoridades por um suposto desvio de R$ 2,8 bilhões. A Marinha nega as irregularidades e diz que a obra é acompanhada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
"País de vocação pacífica, o Brasil constrói submarinos não para ameaçar quem quer que seja, ou perturbar águas internacionais. O Brasil constrói seus submarinos, porque um país com mais de 7 mil quilômetros de costa, não pode prescindir de instrumentos para defesa de sua soberania e suas riquezas marinhas", afirmou Temer.
Atualmente a frota de submarinos brasileira é composta de quatro submarinos de tecnologia alemã, com mais de 3 décadas de operação.
De acordo com a Marinha, o mar é o caminho de 95% das exportações brasileiras e guarda cerca de 90% do petróleo nacional.
"Temos interesses estratégicos muito grandes no mar", disse o comandante da Marinha Eduardo Bacellar Leal Ferreira. "O mundo luta por energia, comida e água, e nós temos energia, comida e água."