O rei Salman anunciou os números nesta terça-feira (18), dizendo que o governo espera que a receita aumente em mais de 9%, para atingir US$ 260 bilhões. Isso irá criar um déficit projetado de US$ 35 bilhões — menos que nos anos anteriores.
A receita total em 2018 atingiu US$ 239 bilhões, com gastos de US$ 274,5 bilhões.
"Este orçamento é uma continuação da política do governo de se concentrar nos serviços fundamentais dos cidadãos e no desenvolvimento de serviços governamentais", disse o rei em uma reunião do governo que incluiu ministros e seu filho, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.
A Arábia Saudita vem enfrentando um déficit desde que os preços do petróleo caíram pela primeira vez em 2014. O reino precisa de petróleo a cerca de US$ 70 por barril para equilibrar seu orçamento, mas o preço do petróleo continuou a cair depois de atingir uma baixa de 14 meses na segunda-feira. O petróleo de referência dos EUA caiu para pouco mais de US$ 49 por barril na terça-feira. O petróleo Brent, usado para precificar os óleos internacionais, caiu para US$ 58,70 por barril.
O Ministério das Finanças disse que as receitas do petróleo devem chegar a US$ 176,5 bilhões em 2019 — cerca de 68% da receita do Estado — em comparação a US$ 162 bilhões em 2018.
A Capital Economics disse que o orçamento saudita deste ano parece estar confiando em suposições otimistas para os preços do petróleo subirem para quase US$ 80 por barril.
O orçamento anual da Arábia Saudita é observado de perto porque oferece um dos indicadores mais claros sobre se o reino está seguindo seus planos Vision 2030 — um projeto apresentado pelo príncipe herdeiro para afastar o reino de sua dependência do petróleo, particularmente com fontes sustentáveis de energia.
O orçamento deste ano inclui uma extensão de um ano de subsídios mensais para funcionários públicos, pensionistas e soldados com o objetivo de amortecer o impacto das medidas de austeridade. O decreto real estende um pagamento mensal de cerca de US$ 266 para funcionários públicos e soldados por mais um ano. Aposentados e estudantes também receberão subsídios contínuos.
A extensão desses bônus ocorre em um momento delicado, quando muitos cidadãos sauditas estão sentindo o aperto das medidas de austeridade introduzidas nos últimos anos para sustentar a receita do Estado.
O governo introduziu um imposto sobre valor agregado de 5% na maioria dos bens e serviços este ano. Os sauditas também viram suas contas de eletricidade e água dispararem à medida que os subsídios são reduzidos.
Apesar dessas e de outras medidas, como taxas cobradas de empresas que contratam estrangeiros em vez de sauditas, o desemprego subiu para 12,9%. A maioria dos sauditas que trabalham são empregados pelo governo.