Em 2003, na ilha indonésia de Flores, descobriram os restos mortais de um homem antigo de uma espécie desconhecida — o Homo floresiensis. O crânio dos povos da ilha, que foram apelidados de hobbits, comparado com o de uma pessoa moderna, era três vezes menor e eles possuíam uma estatura média de um metro.
O editor-chefe da revista Nature, Henry Gee, chegou a escrever que a descoberta desse povo, que vivia ainda há 50 mil anos, pode apoiar a hipótese da existência do Homem das Neves.
No início da década de 50, a lenda sobre o Yeti começou a se espalhar devido a testemunhas que alegaram ter visto a misteriosa criatura nas montanhas do Himalaia. Desde então, várias expedições científicas foram realizadas, mas nenhum cientista jamais viu o Homem das Neves, enquanto os restos de indivíduos fornecidos por entusiastas levantavam dúvidas.
Em 2014, uma equipe internacional de cientistas decidiu esclarecer a questão e realizou a análise de DNA de trinta diferentes amostras de pelos que supostamente pertenciam à criatura. Desvendou-se que, entre os animais identificados, havia cachorros, antílopes e ursos, de regiões distintas. Duas amostras recolhidas no Himalaia coincidiram geneticamente com o DNA extraído do osso de um fóssil de urso polar do arquipélago de Spitsbergen (região ao norte da Noruega). No entanto, as amostras estudadas indicavam, em todos os indícios, que a criatura morreu há menos de cinquenta anos.
O enigma foi explicado pelos pesquisadores da seguinte forma: os antigos ursos polares e seus parentes marrons podiam cruzar entre si, e alguns de seus descendentes que vivem hoje no Himalaia possuem um pedaço do genoma do seu ancestral polar.
Em 2017, um grupo de biólogos examinou novamente várias dezenas de amostras de pele, pelos, ossos e fezes, que supostamente pertenceram a um Homem das Neves, e compararam com amostras de ursos do Himalaia. Desta vez, foi realizada uma análise do DNA mitocondrial, que é transmitido para a prole ao longo da linha materna.
Comparando o DNA, os pesquisadores descobriram que, com exceção de um dos ossos que pertencia a um cachorro, todos os outros pertencem a ursos que vivem nas montanhas do Himalaia.
Dessa forma, o mistério do Abominável Homem das Neves foi finalmente revelado e, devido às análises, foi possível desvendar outra questão — o pedigree dos ursos pardos (Ursus arctos). Descobriu-se que a espécie tibetana (Ursus arctos pruinosus) se separou de seus parentes há cerca de 340 mil anos, enquanto a euroasiática e a americana — há 140 mil anos.