"Os projetos dos EUA no Oriente Médio fracassaram e eles não podem mais seguir essa política […] Nosso exército derrotou o Daesh [grupo terrorista proibido na Rússia e em vários outros países] no solo sírio e não há razões para a permanência das tropas norte-americanas na Síria", disse Abbas.
O embaixador enfatizou que foram as forças do governo sírio que eliminaram o Daesh, afirmando que Washington estava tentando se firmar na Síria usando o grupo terrorista. Além disso, ele observou que os agrupamentos do Daesh são as "consequências dos EUA".
"Eles podem falar o que quiserem. Mas o fato é que o Daesh faz parte da organização terrorista Al-Qaeda, proibida na Rússia e criada pela Agência Central de Inteligência dos EUA [CIA]. O Daesh é a mão norte-americana na Síria e nós o derrotamos", ressaltou Abbas, acrescentando que, em sua opinião, as tropas francesas, posicionadas na Síria e que fazem parte da coalizão liderada pelos EUA para combater o Daesh, também serão retiradas em breve.
Segundo o embaixador, uma das razões da saída dos EUA da Síria é o desejo de manter boas relações com Israel e a Turquia. Enquanto permaneciam na Síria, os norte-americanos apoiavam formações curdas opositoras ao governo turco.
"As tropas russas vieram à nossa terra a pedido do nosso governo. Estas são as tropas que estão legalmente na Síria […] seu papel no nosso país é muito importante", disse o embaixador, realçando a contribuição da Rússia, de outros membros do BRICS e do Irã na reconstrução da Síria.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou, na quarta-feira (19) sua vitória sobre o Daesh na Síria, observando que esta era a única razão da permanência das tropas norte-americanas na Síria. Mais tarde, Sarah Sanders, secretária de imprensa da Casa Branca, informou que os EUA iniciaram a retirada das tropas da Síria, mas a vitória sobre o Daesh não significa o fim da coalizão. Como um sinal de protesto, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, renunciou à chefia do Pentágono. Além disso, a decisão de Trump foi criticada por vários políticos ocidentais e aliados dos EUA na coalizão.