A advertência veio quando equipes comerciais chinesas e norte-americanas encerraram conversas em Pequim que aumentaram as esperanças de que uma guerra comercial total pudesse ser evitada, mas ainda há temores de que a tensão estratégica entre os dois países esteja crescendo.
"Os navios de guerra dos dois países definitivamente podem se aproximar e é fácil que haja um mal-entendido ou um erro de julgamento, até mesmo uma colisão", disse Zhang Junshe, pesquisador do Instituto de Pesquisa de Estudos Militares do ELP da China.
"Se houver um conflito, a causa raiz é os Estados Unidos", acrescentou.
Na segunda-feira, um contratorpedeiro de mísseis guiados dos EUA navegou perto das disputadas ilhas do mar do Sul da China, no que a China chamou de "provocação", no mesmo momento em que as negociações comerciais começaram.
Zhang afirmou que sempre que navios de guerra dos EUA entram em águas que a China proclamou, e a China não teve outra opção senão enviar navios de guerra para lidar com eles.
Desde que o presidente estadunidense Donald Trump assumiu o cargo, houve 14 incidentes de embarcações da Marinha dos EUA entrando em águas que a China alega serem suas, o que os militares dos EUA chamam de liberdade de operações de navegação, analisou Zhang.
A China reivindica quase todo o mar do Sul da China e denuncia os Estados Unidos e seus aliados sobre operações navais perto de ilhas ocupadas pela China.
Vietnã, Filipinas, Brunei, Malásia, Indonésia e Taiwan têm reivindicações concorrentes à dos chineses na região.
Taiwan em pauta
He Lei, ex-vice-presidente da Academia de Ciências Militares da China, disse que "forças estrangeiras" que tentaram impedir a unificação da China e de Taiwan podem forçar Pequim a usar a força para colocar a ilha autogovernada sob seu controle.
"Forças estrangeiras que representam a polícia mundial para interferir nos assuntos da China, para obstruir e danificar a unificação da China, são os principais culpados que podem forçar o continente a usar a força para resolver a questão de Taiwan", declarou ele a repórteres.
Trump assinou na semana passada a lei do Asia Reassurance Initiative Act, que reafirma o compromisso dos EUA com Taiwan, incluindo a venda de armas.
O presidente chinês, Xi Jinping, disse em 2 de janeiro que ninguém poderia mudar o fato de que Taiwan era parte da China.