Aparentemente obcecado com uma hipotética "agressão russa" contra seu país de origem — um jornalista estoniano Vahur Koorits elaborou um bizarro plano de Defesa Nacional em um artigo que escreveu para o Delfi — um dos principais veículos de mídia online dos países bálticos.
Em seu artigo, Koorits argumenta que alguns meios tradicionais de defesa, como tanques ou sistemas de defesa aérea, não seriam suficientes para proteger a Estônia de seu grande vizinho oriental que supostamente sonha em lançar uma "pequena guerra esplêndida" contra o pequeno país báltico. Em vez disso, a Estônia precisa desesperadamente de mísseis capazes de atingir alvos russos sensíveis em caso de conflito, comentou o jornalista.
No entanto, ele não apenas parou simplesmente sugerindo o que ele chama de um meio eficaz de dissuasão, mas passou a designar possíveis alvos para uma greve hipotética, que envolvia algumas opções assustadoras. Além dos estaleiros militares e do quartel-general da Marinha russa e do Comando Militar do Ocidente, sua lista incluiu os distritos centrais de São Petersburgo — a segunda cidade mais populosa da Rússia, que está localizada não muito longe das fronteiras estonianas.
São Petersburgo é uma cidade "onde muitas pessoas vivem, então apenas alguns ataques limitados [direcionados] ao centro da cidade podem ter um tremendo impacto na opinião pública", escreve Koorits em seu artigo. Outras opções sugeridas pelo relatório incluem a compra de navios militares suficientes para cortar as rotas comerciais da Rússia que atravessam o mar Báltico ou para interromper o comércio de petróleo da Rússia com a Europa.
"Pode-se sequestrar navios de carga, atacá-los ou afundá-los para interromper o comércio marítimo [da Rússia]", prosseguiu. "O objetivo é desencorajar os armadores de enviar seus navios para a Rússia", acrescentou, aparentemente implicando que não são apenas os navios russos que poderiam ser atacados em tal "operação".
O discurso do jornalista não passou despercebido em Moscou, que disse que tais "declarações irresponsáveis" dificilmente contribuiriam para quaisquer "relações normais".
"Vahur Koorits, que pede o envio de mísseis para seu país, que são capazes de atingir São Petersburgo, não pode ser visto como jornalista […] ele é um verdadeiro agente provocador", disse o vice-chefe do Comitê de Defesa e Segurança do Senado russo, Franz Klintsevich, em um post no Facebook, acrescentando que o homem aparentemente "nem percebe o que suas propostas podem levar".
"Espero que os tomadores de decisão estonianos avaliem a situação realisticamente", declarou o senador. Enquanto isso, o vice-chefe do Comitê de Defesa da Duma do Estado russo, Andrey Krasnov, foi ainda mais longe e supôs que o estoniano poderia não estar com a devida sanidade mental.
"O jornalista deve passar por uma triagem médica", disse o deputado russo à Sputnik, acrescentando que "resta saber se ele é capaz de desempenhar suas funções profissionais". Ele também disse que tais "ideias frenéticas" envolvem "destruição de São Petersburgo" é o resultado de uma fervorosa histeria anti-russa, que é predominante em algumas partes das elites e da sociedade nos Estados bálticos.
Não é a primeira vez que algumas figuras públicas estonianas lançam insultos bizarros na Rússia. Em julho, o comandante das Forças de Defesa da Estônia disse que as tropas russas "morrerão em Tallinn" se alguma vez ousarem invadir. O homem então confessou ter lutado com "russos sanguinários" em seus sonhos.
A OTAN e os seus membros — em particular os países bálticos — têm rotulado repetidamente a Moscou como uma "ameaça". A aliança usou então esse pretexto para construir forças e realizar exercícios em grande escala nas fronteiras russas. Moscou rejeitou todas as acusações, argumentando que nunca procurou um confronto, mas apenas teve que responder às ações da OTAN.