Um respeitado jornalista, Amade Abubacar foi preso em 5 de janeiro, em Macomia, uma pequena cidade em uma das áreas mais atingidas pela insurgência islâmica no norte de Moçambique.
Lazaro Mabunda do Instituto de Comunicação Social da África Austral, que está defendendo legalmente Abubacar, disse que ele foi acusado de espionagem e outros crimes.
A promotoria disse que "nomes e contatos dos jihadistas procurados pela polícia" foram encontrados em posse de Abubacar, disse Mabunda à AFP.
Mas ele disse que a acusação era infundada, já que Abubacar era conhecido por seu trabalho de investigação, que envolvia contato com pessoas procuradas pela polícia sem implicar em colaboração.
"A promotoria alega que Amade Abubacar estava reunindo informações para enviar para os jihadistas porque encontraram contatos de pessoas suspeitas de realizar ataques, mas isso não é suficiente para chegar a tal conclusão," disse Mabunda.
As autoridades negaram um pedido de liberdade sob fiança.
As acusações foram formalizadas um dia depois que Abubacar foi transferido de uma instalação militar para uma prisão civil onde ele deveria aguardar julgamento.
Abubacar trabalha para a estatal Rádio e Televisão Comunitária Nacedje de Macomia, no norte da província de Cabo Delgado, uma área rica em gás que foi atingida por uma onda de ataques jihadistas.
Desde então, mais de 100 pessoas morreram na violência que obrigou milhares de pessoas a fugir de suas casas.
Numerosos jornalistas também foram presos enquanto cobriam ataques de terroristas na região.
Em dezembro, tropas prenderam o aclamado repórter investigativo Estacio Valoi, que foi libertado dois dias depois sem acusação formal.
E seis meses antes, eles prenderam Pindai Dube, um correspondente zimbabuano da emissora privada sul-africana eNCA.