Segundo David Axe, o escudo antimísseis balísticos, em breve, poderia contar com quase 2.300 caças F-35 que o Corpo de Fuzileiros Navais, a Força Aérea e a Marinha dos EUA planejam adquirir até a década de 2030.
"No futuro, as capacidades adicionais de defesa antimíssil, como o F-35 […], também podem contribuir para aumentar as capacidades móveis dos EUA, conforme necessário em caso de crise ou conflito", revela a revisão, citada pela revista The National Interest.
Para o especialista em energia nuclear Jeffrey Lewis, a ideia de que um caça F-35 poderia derrubar um míssil com as armas que possui é "louca".
O míssil ar-ar AMRAAM é o único míssil de longo alcance do F-35 em serviço nos EUA. O AMRAAM precisa de atmosfera para se guiar. Desta forma, para que um F-35 derrube um míssil balístico intercontinental, ele teria que fazê-lo antes que o projétil supere 100.000 pés — cerca de 30.480 km. Isso dá ao piloto do avião apenas alguns minutos para detectar e interceptar o míssil inimigo após o seu lançamento.
"Isso estabelece um prazo muito curto para detecção", explicou a especialista em mísseis, Laura Grego.
O AMRAAM de maior alcance supostamente pode viajar uns 145 km. Os eventuais inimigos dos EUA, como a Coreia do Norte, por exemplo, lançam mísseis de seu próprio território, afirmou Axe.
"Como fazer para que os F-35 cheguem lá em segurança? Acredito ser necessário ocupar primeiramente a Coreia do Norte para usá-lo [o AMRAAM]", acrescentou Grego.
"Se o Pentágono tivesse realmente começado a desenvolver um novo míssil em 2019, poderia não estar pronto para combate até meados de 2020", escreve Axe no seu artigo.
Entretanto, mesmo com um míssil de maior alcance, é provável que o F-35 precise patrulhar dentro dos territórios hostis ao alcance das plataformas de lançamento inimigas, evitando suas defesas antiaéreas.