O deputado eleito já está fora do Brasil e afirmou ao jornal que não tem intenções de retornar, dizendo também que pretende se dedicar à carreira acadêmica a partir de hoje.
Wyllis vive com escolta policial há quase um ano, o que teve início após a morte da vereadora carioca, Marielle Franco, assassinada a tiros na capital do estado em março de 2018.
"Esse ambiente não é seguro para mim", declarou durante a entrevista, dizendo que o as recentes descobertas de ligações entre Flávio Bolsonaro e milicianos do Rio de Janeiro pesaram sobre a decisão. Ele lembrou que o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, pai de Flávio, já o "insultou de maneira aberta", apontando homofobia. E que essa ligação da família de Bolsonaro o "apavora".
Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé! ✊ https://t.co/Xy6SyDNXDy pic.twitter.com/Tf6SGmZFHq
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) 24 de janeiro de 2019
Wyllis foi o primeiro deputado federal assumidamente homossexual e o primeiro a liderar a defesa por direitos LGBT na Câmara dos Deputados. Ao longo de sua atuação na política foi alvo frequente de ataques e ameaças, e venceu ao menos cinco processos por calúnia e difamação.