A profanação da bandeira líbia em Beirute e a recusa da Líbia em participar da cúpula da Liga Árabe no Líbano provocaram uma crise nas relações entre os dois países.
O partido libanês xiita Amal não quer a presença de representantes oficiais da Líbia em Beirute até obter informações confiáveis sobre o paradeiro de seu líder Musa al-Sadr e de seus dois companheiros, que desapareceram décadas atrás em Trípoli, capital líbia.
Segundo Kadhafi, ele foi sequestrado na Síria por uma gangue armada em 6 de dezembro de 2015 e levado ilegalmente para o Líbano, para a região de Bekaa.
"Fiquei lá por uma semana, fui torturado fisica e psicologicamente com o objetivo de me forçarem a revelar informações sobre o desaparecimento de Musa al-Sadr e de seus dois companheiros, o xeque Muhammad Yaacoub – foi seu filho que preparou a operação do meu sequestro — e Abbas Badreddine em 1978", disse.
Respondendo à pergunta sobre se está sendo feita alguma investigação quanto à acusação de ocultar informações sobre o caso de Musa al-Sadr, Kadhafi observou que ele foi preso apenas porque é filho de Muammar Kadhafi
"Em 1982, o caso de seu desaparecimento foi encaminhado ao Conselho Judicial Libanês. No entanto, neste caso eu não […] era nem suspeito, nem testemunha, nem acusado. Ou seja, acontece que o motivo da minha prisão não tem nada a ver com este processo, fui preso apenas porque sou filho de Muammar Kadhafi", frisou.
"O fato é que, quando esses eventos ocorreram em 1978, eu tinha apenas dois anos de idade", disse.
Questionado sobre a possibilidade de participar da vida política depois de ser libertado, ele ressaltou que "é muito cedo para falar sobre isso agora" e que nunca ocupou cargos nos serviços de segurança, sendo apenas um consultor na área do transporte marítimo.
"Contamos com o grande papel da Rússia, como um grande país, em tais casos de injustiça. Agradeço-lhe pelos esforços que está fazendo pela minha libertação", concluiu.