Em fevereiro de 2019, o volume das reservas internacionais russas atingiu 475 bilhões de dólares. Essa cifra supera significativamente o volume da dívida externa, que em janeiro se cifrava em 453 bilhões de dólares.
"Se for necessário, o Ministério das Finanças da Rússia será capaz de pagar sua dívida por completo", sublinhou a jornalista.
As reservas internacionais são ativos altamente líquidos que o Banco Central da Rússia tem à sua disposição. O banco as utiliza para influenciar a taxa de câmbio da moeda nacional através de intervenções. As reservas internacionais de qualquer país incluem recursos denominados em moedas estrangeiras, ouro, direitos de saque especiais do FMI e obrigações.
Colchão de segurança
O Banco Central da Rússia fez intervenções monetárias em 2014 para apoiar a taxa de câmbio do rublo e salvar a economia do país das consequências da crise econômica. Como resultado, as reservas internacionais diminuíram 25%. A partir de 2015, a Rússia iniciou o longo processo de recuperação das suas reservas internacionais.
Desde fevereiro de 2018, estas reservas aumentaram mais de 27 bilhões de dólares (R$ 100 bilhões). Com esse crescimento, elas são ajustadas não apenas ao funcionamento da regra orçamentária, mas também à imposição de sanções pelos países ocidentais, opina a autor do artigo.
"O Banco Central da Rússia aplica gradualmente a política [de aumento das reservas internacionais]. Isso não é surpreendente: a pressão das sanções está aumentando e, por isso, a Rússia está criando ativamente uma espécie de colchão de segurança", revelou Dembinskaya.
Segundo o jornal americano, esse efeito pode ser considerado como um fator negativo que retira recursos da economia russa e indica a redução do investimento. Entretanto, os economistas sublinham que a Rússia não precisa de créditos estrangeiros, porque a Rússia está na lista dos países menos endividados do mundo: no último ano sua dívida externa se reduziu em cerca de 10%.
Ouro em vez de dólares
Durante a última década, a composição das reservas internacionais russas mudou significativamente: os investimentos em títulos do Tesouro dos EUA foram reduzidos drasticamente, enquanto a percentagem de ouro aumentou.
Com o passar do tempo, a Rússia bem como outros países mostram cada vez menos confiança na moeda americana. Por exemplo, entre junho de 2017 e junho de 2018, o Banco Central russo reduziu seus ativos denominados em dólares de 46% para 22%.
"Do ponto de vista de desenvolvimento do sistema financeiro, não existe uma alternativa ao dólar. É uma espécie de proteção contra riscos cambiais, um seguro contra sanções e, sem dúvida, uma boa oportunidade para ganhar dinheiro […] Em caso de colapso do sistema financeiro baseado no dólar, o ouro inequivocamente conservará seu valor", concluiu o analista.