Em meio a uma disputa política entre Varsóvia e Tel Aviv, Morawiecki disse ao jornal israelense Haaretz que a Polônia, onde milhares arriscaram suas vidas para ajudar os judeus durante a Segunda Guerra Mundial, "não cederá mais à pressão de aceitar mentiras, frases enganosas, e muito menos insultos racistas".
O premiê polonês aparentemente estava dirigindo o comentário ao ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, que aumentou a aposta na semana passada dizendo que cada polonês "amamentou o antissemitismo com o leite de sua mãe".
Morawiecki declarou que a citação polêmica "parecia totalmente inacreditável" e que tais palavras "poderiam ser usadas por extremistas radicais, mas não por um ministro do Exterior". Ele acrescentou que "alguns políticos querem fazer manchetes" antes das eleições em Israel.
O primeiro-ministro da Polônia pontuou que "dezenas de milhares de poloneses, talvez até mais, estavam ajudando seus irmãos judeus", e que a Polônia era o único país ocupado pelos alemães "no qual uma pessoa ajudando judeus enfrentava a pena de morte nas mãos dos alemães".
Como parte da troca de farpas da semana passada, Varsóvia se retirou de uma cúpula de países do Leste Europeu em Jerusalém, com o ministro de Relações Exteriores Szymon Szynkowski exigindo que Israel "rejeitasse esta declaração […] e pedisse desculpas". O embaixador de Israel na Polônia foi convocado ao Ministério de Relações Exteriores duas vezes em uma semana.
A Polônia tem sido bombardeada com acusações de suscitar sentimentos antissemitas desde que aprovou a polêmica lei do Holocausto, no ano passado. A legislação, que proíbe o envolvimento do governo polonês nos crimes históricos do regime nazista, provocou indignação em Israel, com altos funcionários afirmando que os poloneses colaboraram com os alemães em massa.