Apesar de o Brasil reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, o encontro não é considerado uma visita de Estado e acontece no gabinete de Bolsonaro. Guaidó chegou ao Brasil na madrugada.
"Ele saiu derrotado do último sábado. O Dia D para ele era entrada da ajuda humanitária e não aconteceu. Ela não entrou na Venezuela e ele perdeu essa queda de braço com o Nicolás Maduro", afirmou em entrevista à Sputnik Brasil.
Em declaração à imprensa após o encontro com Guaidó, Bolsonaro afirmou que o Brasil vai atuar, dentro da legalidade, para restabelecer a democracia no país vizinho.
A sinalização, segundo Rafael Araújo, prova que o recuo do Brasil em relação a possibilidade de uma intervenção militar no país vizinho foi significativa e influenciou a posição de outros países.
"A postura do Brasil é que, por mais que reconheça a proclamação do Guaidó, por mais que o Brasil tenha dado apoio a Guaidó, nesse momento prefere tentar pelo menos esfriar e acalmar um pouco os ânimos e inclusive baixando o tom dos EUA", declarou.
Para Rafael Araújo, até os Estados Unidos passaram a defender uma posição valorizando a soberania da Venezuela.
"Os Estados Unidos e inclusive a Rússia, claro que ambos estão defendendo posições distintas, mas os dois estão colocando o diálogo e a soberania como uma saída para que a Venezuela comece a sair desse estado de profunda crise política que ela se encontra nesse momento", disse.
Para Rafael Araújo, a vinda de Guaidó não trouxe resultados efetivos, embora tenha sido importante do ponto de vista simbólico.
"Eu digo que foi simbólico o Bolsonaro recebê-lo, mas não teve ganho neste momento. Foi uma tentativa na verdade muito mais simbólica de mostrar que o Brasil ainda é um aliado e é um aliado importante, mas ele não teve ganhos nesse momento, ele continua perdendo a 'guerra' contra Nicolás Maduro. Até o dia de hoje, Guaidó está perdendo a 'guerra' com Maduro", analisou.
Além de Bolsonaro, Guaidó se encontrou com diplomatas estrangeiros no Brasil, políticos brasileiros e nesta sexta-feira (1º) vai se encontrar com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, em Assunção.