Para que planeta humanidade poderia emigrar em caso de catástrofe global?

CC0 / Pixabay/geralt / Terra em chamas (imagem referencial)
Terra em chamas (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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A população da Terra está crescendo rapidamente e há quem espere que a colonização de outros planetas do Sistema Solar seja a variante mais provável para o futuro da humanidade. A Sputnik apresenta vários cenários dessa colonização espacial.

Bombardeio de Marte

Em 2015 Elon Musk, sendo um fervoroso impulsionador da corrida à colonização de Marte, declarou que para fazer com que o planeta vermelho pudesse ser habitável se poderia lançar bombas nucleares contra os polos de Marte. Segundo ele, essa medida ajudaria a evaporar as calotas polares, que estão cobertas de gelo de dióxido de carbono.

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Libertando-se para a atmosfera, o dióxido de carbono causaria o efeito estufa. A temperatura e a pressão começariam a crescer gradualmente, o gelo derreteria e a água líquida poderia aparecer na superfície do planeta vermelho. Depois disso, a humanidade poderia enviar algas unicelulares para Marte e esperar até elas criarem ali uma atmosfera adequada para os seres humanos. Esse processo levaria vários milhares de anos.

Musk estava brincando, claro. Na Terra não há armas nucleares suficientes para que o plano do fundador da Tesla funcione. Os cientistas propõem outras maneiras para aquecer a superfície de Marte. Por exemplo, fazer com que Marte com colida com um asteroide ou usar um enorme espelho orbital, que concentraria a energia solar e a direcionaria para os gelos nos polos do planeta vermelho. Entretanto, com o nível atual de desenvolvimento da tecnologia é praticamente impossível implementar todos esses cenários.

Além disso, os esforços para transformar Marte em um planeta habitável poderiam não ter sentido, revelaram cientistas da Universidade do Colorado. Depois de analisarem os dados obtidos pelas sondas Mars Reconnaissance Orbiter e Mars Odyssey, eles concluíram que nas rochas e calotas polares do planeta vermelho não há dióxido de carbono suficiente para formar uma atmosfera densa.

Entretanto, Elon Musk, que sonha em construir uma colônia em Marte, acredita que uma enorme quantidade de dióxido de carbono está absorvida pelo solo marciano. Ao aquecer planeta se produziria uma poderosa libertação de dióxido de carbono na atmosfera e isso iniciaria o processo de terraformação – a transformação de Marte em um planeta com ambiente similar ao da Terra.

Céu noturno (imagem ilustrativa) - Sputnik Brasil
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Criação de atmosfera em Vênus

Ao contrário de Marte, Vênus requer resfriamento. A temperatura média em sua superfície é de cerca de 452 °C e a pressão é de cerca de 90 bar.

As outras caraterísticas – massa, gravidade e nível de radiação solar – são similares às da Terra. Além disso, de acordo com os cientistas do Instituto Goddard de Pesquisas Espaciais, há cerca de dois bilhões de anos o clima de Vênus se parecia ao da Terra.

O cientista americano Carl Sagan propunha semear cianobactérias na atmosfera de Vênus. Graças à fotossíntese, elas transformariam o dióxido de carbono em matéria orgânica e libertariam oxigênio. Contudo, ainda não é claro se as próprias bactérias sobreviveriam nas duras condições de Vênus. Além disso, de acordo com o físico Martin Fogg, a conversão de dióxido de carbono em matéria orgânica levaria cerca de um milhão de anos.

Uma maneira mais rápida de tornar Vênus habitável seria libertar um grande volume de hidrogênio na sua atmosfera, para que todo o dióxido de carbono que ela contém se transforme em grafite e água. Como catalisador poderiam ser usadas limalhas de ferro pulverizadas sobre o planeta. Acredita-se que como resultado a pressão cairia para três bars, o efeito estufa desapareceria e a água surgiria na superfície de Vênus. No cenário mais favorável, a água cobriria até 80% do planeta.

Porém, segundo os cientistas do Centro de Pesquisas John Glenn da NASA, todos esses métodos não dariam resultados se não se lidar com os principais problemas: nuvens compostas de ácido sulfúrico e um dia igual a 117 dias da Terra.

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Cúpula lunar

Outra variante bastante razoável para colonização seria a Lua, que está mais perto da Terra que Marte ou Vênus.

No momento o satélite natural da Terra não é um lugar muito acolhedor para a vida terrestre. A temperatura lá varia de 180 °C negativos a 120 °C positivos. O planeta também não tem um campo magnético intrínseco e por isso a radiação cósmica esteriliza sua superfície. A atmosfera da Lua muito fina aumenta o risco de queda de meteoritos. Mas a Lua tem uma das principais condições para a terraformação – tem água sob forma de gelo permanente perto dos polos.

Segundo alguns cientistas, o problema de retenção da atmosfera e transporte para a Lua dos elementos voláteis necessários para a vida (hidrogênio, nitrogênio e carbono) poderia ser resolvido com ajuda de cometas. Acredita-se que esses objetos, colidindo com a Lua, dissipariam gases e vapor de água, criando assim uma atmosfera. As colisões também libertariam a água contida no regolito lunar e formariam reservatórios naturais na superfície da Lua. Mas o bombardeio da Lua com objetos espaciais poderia atingir a superfície da Terra.

Uma opção mais segura seria tornar habitável apenas uma pequena parte do satélite. Cientistas da NASA propuseram criar na cratera Shackleton, na qual há alguns anos foi encontrado gelo, um microclima para que as plantas cresçam e haja uma atmosfera respirável. No início, seriam os robôs que cuidariam disso: eles poderiam erguer uma cúpula e instalar espelhos solares.

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