ONU: mais de 113 lideranças sociais foram mortas na Colômbia em 2018

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Pelo menos 113 lideranças sociais e defensores dos direitos humanos foram assassinados na Colômbia em 2018, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) ao apresentar o relatório anual de direitos humanos em Bogotá.

"O Alto Comissário registrou com preocupação o assassinato de pelo menos 110 defensores de direitos humanos em 2018. No entanto, esta conta não está completa porque lamentavelmente aumenta à medida que mais casos pendentes em 2018 são estudados em profundidade", disse Alberto Brunori, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Colômbia, durante a apresentação do relatório, transmitido através da rede social Twitter.

Segundo Brunori, mais três mortes são somadas às 110 registradas em 2018, que não foram incluídas no relatório.

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Além disso, o funcionário destacou que até agora, em 2019, houve "relatos de assassinatos de 29 defensores dos direitos humanos", dos quais a ONU já tem "seis casos documentados".

O relatório destacou que 27% dos mortos eram defensores de comunidades indígenas (18 casos) e afro-colombianos (12) e que casos ocorreram em 24 dos 32 departamentos do país, principalmente em Antioquia (noroeste), Cauca (sudoeste) e Norte de Santander (nordeste), responsável por 37% dos casos em 2018.

Dos casos registrados, 66% "estariam relacionados à queixa ou oposição a ações criminais" e "aos efeitos da violência em níveis que afetam a população em geral", disse o relatório, que também destacou como outra causa o apoio dado pelos líderes e defensores dos direitos humanos à implementação do Acordo de Paz com os ex-guerrilheiros das FARC (agora um partido político de esquerda).

Brunori observou que "93% dos homicídios que se seguiram em 2018 ocorreram em contextos regionais que registram uma fraca presença do Estado e também são o resultado de atrasos nos acordos de paz, particularmente com a reforma rural integral e a substituição de cultivos ilícitos".

De acordo com o relatório, 40% dos assassinatos foram cometidos por grupos paramilitares dissidentes. Os outros casos foram cometidos por indivíduos não afiliados com qualquer grupo criminoso (18%), pessoas determinadas (17%), guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (8%), dissidentes das FARC (8%), policiais (5%) e por membros do grupo armado Exército de Libertação Popular (4%).

O documento de 17 páginas revela que dos 113 líderes mortos nove eram mulheres e a maioria dos casos ocorreram em municípios onde existe um "alto risco de incidência de violência baseada no gênero".

A ONU também afirmou em seu relatório que o número de massacres na Colômbia aumentou em 164% entre 2018 e 2017, de 11 para 29 casos, respectivamente.

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