A detenção pelas autoridades venezuelanas dos apoiadores do líder da oposição Juan Guaidó, que ilegalmente se declarou presidente, não ficará sem consequências, disse um representante do Departamento de Estado dos EUA à agência Sputnik.
Konstantin Blokhin, especialista do Centro de Estudos de Segurança da Academia de Ciências da Rússia, sugeriu para a rádio Sputnik como Washington pretenderia pressionar Caracas.
"Agora os Estados Unidos estão minando a situação na Venezuela de todas as formas possíveis, intensificando a guerra informacional contra ela, exigindo uma mudança de poder lá. E não só lá, também falam de Cuba e da Nicarágua. Ao mesmo tempo, é pouco provável que os americanos tomem quaisquer medidas radicais como uma invasão. Pelo contrário, podemos esperar que eles continuem a opor a Venezuela aos seus vizinhos, Brasil e Colômbia, ou voltem a usar seu truque favorito, atuando, sempre que possível, com as mãos dos outros", disse Blokhin.
"Os recentes cortes de energia na Venezuela também podem ter sido um ‘teste de resistência', para ver a resposta da população a essas emergências criadas artificialmente. De qualquer forma, é óbvio que os americanos estão prontos para forçar a situação", concluiu Konstantin Blokhin.
Anteriormente, uma fonte policial em Caracas disse que Roberto Marrero e outro companheiro de Guaidó, Sergio Vergara, foram detidos na madrugada de quinta-feira (21) por agentes do Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano (SEBIN). Suas casas foram revistadas e foram encontrados dois fuzis e uma granada na posse de Marrero.
Em 21 de janeiro, na Venezuela começaram protestos em massa contra o presidente Nicolás Maduro, logo após sua tomada de posse. Juan Guaidó se declarou ilegalmente como chefe de Estado temporário. Vários países ocidentais, liderados pelos EUA, anunciaram o reconhecimento do Guaidó. Rússia, China e vários outros países apoiaram Maduro como o presidente legítimo.