Os comentários de Ibrahim Alzeben acontecem dias antes de o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fazer uma visita oficial a Israel, onde espera-se que sua promessa anterior de transferir a embaixada de Tel Aviv seja ventilada.
"Mover a embaixada de qualquer país […] é uma violação do direito internacional e um ataque ao povo palestino", disse Alzeben em entrevista à Agência AFP.
Depois de tomar o poder em janeiro, Bolsonaro reiterou sua promessa de seguir a liderança do presidente dos EUA, Donald Trump, na transferência da embaixada para Jerusalém.
A controversa proposta gerou temores de que a mudança possa colocar em risco as valiosas exportações de carne do Brasil para os mercados árabes.
O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, revelou a repórteres na semana passada que o governo "ainda está estudando" o plano.
A decisão de mover a embaixada é altamente sensível porque Israel reivindica toda Jerusalém como sua capital, enquanto os palestinos vêem Jerusalém Oriental como a capital do seu futuro Estado.
Praticamente todos os países concordam que o status de Jerusalém só pode ser definido por meio de negociações de paz entre israelenses e palestinos.
Até agora, apenas os Estados Unidos e a Guatemala romperam com esse consenso abrindo embaixadas em Jerusalém. O Paraguai recuou em uma decisão no ano passado para transferir sua embaixada. Israel e os EUA conversaram com Honduras sobre sua embaixada ir para Jerusalém.
Os palestinos cortaram laços com o governo Trump depois que sua decisão foi anunciada pela primeira vez em dezembro de 2017, dizendo que o viés do governo pró-Israel significava que não poderia mais conduzir negociações de paz entre eles e Israel.
Bolsonaro visitará Israel de 31 de março a 3 de abril. Alzeben declarou que o líder brasileiro foi convidado a visitar os territórios palestinos, mas não respondeu – Araújo já indicou que o presidente brasileiro não deve atender ao pedido.