Na semana passada, a defesa de Edwin Hardeman, um fazendeiroo de 70 anos que moveu o processo, apresentou ao corpo de jurados em San Francisco, provas que associavam o uso do Roundup para matar ervas daninhas em sua fazenda e o linfoma não Hodgkin desenvolvido pelo reclamante, um tipo de câncer que atinge os glóbulos brancos.
Hardeman processou a empresa em US$ 19 milhões, compensação que acreditava ser justa para cobrir contas hospitalares, dor e sofrimento associados à doença. Ele agora está em remissão.
"Estamos desapontados com a decisão do júri, mas este veredicto não altera o peso de mais de quatro décadas de ciência extensiva e as conclusões de reguladores em todo o mundo que apoiam a segurança de nossos herbicidas à base de glifosato e que eles não são cancerígenos", disse por nota a farmacêutica alemã Bayer, que adquiriu a Monsanto no ano passado. A empresa diz que vai recorrer da decisão.
Múltiplas agências nacionais e internacionais — incluindo a própria Organização Mundial da Saúde — identificaram que o princípio ativo do Roundup, o glifosato, pode desencadear câncer em humanos.
"Nem um funcionário da Monsanto, do passado ou do presente, veio a julgamento para defender a segurança do Roundup ou as ações da Monsanto", disseram os advogados de Hardeman, Aimee Wagstaff e Jennifer Moore, em comunicado à AP.
O jornal San Francisco Bay Chronicle observou que o caso de Hardeman é um dos três julgamentos que estabelecerão diretrizes para a resolução de 760 outros casos contra a Monsanto em todo o país, transferidos para a corte do Juiz Distrital Vince Chhabria em San Francisco. Há outros 10.000 casos pendentes em outros pontos do país.
No ano passado, um júri diferente concedeu a um homem US$ 289 milhões como reparação por câncer causado pelo Roundup, a primeira decisão desse tipo já proferida. Mais tarde, o juiz do caso reduziu a cifra para US$ 89 milhões.