Anteriormente, a embaixadora dos EUA na OTAN, Kay Bailey Hutchison, disse que, com o aumento da presença da aliança no mar Negro, será possível "assegurar que há uma passagem segura para as embarcações ucranianas através do estreito de Kerch para o mar de Azov". Entretanto, segundo analistas, a segurança da Ucrânia é apenas um pretexto. De fato, os EUA estão de novo envolvendo a OTAN em provocações para atingirem seus próprios objetivos.
O professor da Academia de Ciências Militares, Sergei Sudakov, é também de opinião que Washington quer realizar mais uma provocação para que a Rússia dê uma resposta dura.
"Então, os americanos declarariam que os russos atacam os navios da OTAN e apelariam a outros países da aliança para se juntarem contra Moscou. Se isso acontecer, não teríamos outro remédio senão responder. Se os deixarmos entrar nas nossas águas territoriais, demonstraremos fraqueza", explicou Sudakov, sublinhando que a Rússia tem tudo para dar uma resposta mais dura possível: sistemas de mísseis, navios rápidos e aviões modernos.
O principal posto avançado da Rússia no mar Negro, a Crimeia, é praticamente a região mais protegida do país. O grupo de forças de vários ramos das Forças Armadas instalado na Crimeia inclui tudo o que é necessário para repelir um ataque ou, pelo menos, resistir até à chegada de reforços.
A Frota do Mar Negro deverá receber até 2021 mais seis navios do projeto 22800 Karakurt, dotados de mísseis de cruzeiro.
Do ar, as águas territoriais russas são protegidas pela aviação. No aeródromo de Novofedorovka está posicionado um regimento equipado com aviões de reconhecimento Su-24MR e caças polivalentes Su-30SM. No aeródromo de Katcha está instalado um regimento com aviões anfíbios antissubmarino Be-12, aviões de transporte Na-26 e helicópteros Ka-27.
Além disso, a Crimeia possui uma divisão de defesa antiaérea que pode ser equipada com sistemas antimíssil S-400. Algumas instalações no território são protegidas por sistemas de defesa antiaérea Pantsir-S1.
"Se a OTAN decidir aumentar significativamente suas forças no mar Negro, esse grupo poderia facilmente ser reforçado", disse o especialista militar Konstantin Sivkov.
Após o início da crise no Leste da Ucrânia e reunificação da Crimeia à Rússia, os navios da Marinha dos EUA e de outros países da OTAN aumentaram sua presença no mar Negro.
Em fevereiro, o destróier americano USS Donald Cook entrou nessas águas e, duas semanas depois, seguiu para o Mediterrâneo, tendo navegado muito próximo da fragata russa Admiral Essen no Bósforo.
Os aviões espiões ocidentais também realizam frequentemente ações de vigilância perto da Crimeia. Na semana passada, uma aeronave de reconhecimento eletrônico EP-3E Aries da Marinha dos EUA realizou ações de vigilância durante várias horas perto do estreito de Kerch e região vizinha de Krasnodar.
A Frota do Mar Negro segue com atenção as manobras da aviação militar e navios de combate de outros países perto das fronteiras russas. Os marinheiros treinam regularmente operações de deteção, escolta e eliminação de alvos do inimigo convencional. Por exemplo, na semana passada, navios da Frota Mar Negro realizaram lançamentos de mísseis contra alvos marítimos a 30 milhas náuticas (por volta de 56 km) de distância.