Tal declaração foi feita pelo deputado da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), Vladimir Gutenev.
"Não excluo que o START III possa repetir o destino do Tratado INF (Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário). A única coisa que me inspira otimismo é que os americanos, como regra, tentam romper relações quando isso é vantajoso para eles", indicou.
"Agora, quando o Sarmat — um míssil bastante mais poderoso que seus antecessores, quase invulnerável — está passando com sucesso por testes, para os Estados Unidos a preservação do último tratado START (também conhecido como START III) corresponde a seus interesses de segurança", explicou o parlamentar.
O interlocutor da agência observou que há vários anos, quando a cooperação técnico-militar entre a Federação da Rússia e a Ucrânia, incluindo a empresa de mísseis Yuzhmash, cessou, o lado americano esperava que a Rússia não conseguisse fazer um avanço significativo na criação de novos mísseis estratégicos, mas o desenvolvimento do projeto Sarmat provou o contrário a Washington.
Adesão de Pequim como 'pretexto'
Comentando as palavras do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, sobre o desejo de Washington de incluir a China no tratado START III, o parlamentar russo não descartou que esses planos representem preparativos para uma manobra de reserva, caso o país decida se retirar deste acordo.
"Se os EUA conseguirem atrair a China para este acordo, então acho que a Rússia só o saudará, mas parece-me que isso pode ser apenas um pretexto. É simplesmente impossível acusar a Rússia de violar o START III, portanto eles formulam algum tipo de argumento que lhes permita abandonar o acordo no futuro. Assim, se a República Popular da China não concordar em se juntar [ao tratado], eles podem acusar Moscou de 'não ter exercido os esforços necessários' para convencer Pequim", explicou o deputado.
Assinado em 2010, o acordo entrou em vigor em 2011 por um período de dez anos, prorrogável por outros cinco.
As conversações russo-americanas para estender o tratado estagnaram devido a dúvidas recíprocas sobre o desenvolvimento de novas armas.