Atualmente, a Marinha da Rússia possui dois navios desse projeto. Para que foram eles construídos e que futuro os espera, leia aqui, nesta matéria da Sputnik.
Para combater os numerosos submarinos, armados com mísseis de cruzeiro e balísticos nucleares, foram formados grandes agrupamentos antissubmarino. Para as proteger era necessário criar um navio ainda maior. A URSS começou a construir um cruzador de 25 mil toneladas de deslocamento que seria dotado de todos os tipos de armamento naval: mísseis, sistemas antiaéreos, antissubmarino e artilharia. O projeto foi designado de 1144 Orlan.
O segundo cruzador desse projeto foi o Frunze (Admiral Lazarev, desde 1992), que entrou em serviço em dezembro de 1980. O terceiro foi o Kalinin (Admiral Nakhimov, desde 1992) que foi incorporado em 1988. Entretanto, a construção do último navio, Pyotr Velikiy, durou mais de dez anos. Ele teve o assentamento da quilha em 1986, mas seus testes de mar em condições do Extremo Norte foram iniciados em 1996. Ele entrou em serviço apenas em 1998. A demora foi causada pelo colapso da URSS e pelas circunstâncias que o acompanharam.
O sistema de defesa antiaérea S-300F Fort, com cem mísseis antiaéreos, pode fazer fogo contra seis alvos aéreos e acompanhar 12. O segundo escalão da defesa antiaérea Kinzhal, com uma reserva de 128 mísseis, destrói os mísseis que passaram pelo Fort. O terceiro escalão da defesa antiaérea é composto por seis sistemas de artilharia antiaérea Kortik, que é um canhão duplo de calibre 130 mm e oito canhões automáticos de calibre 30 mm com cadência de tiro de seis mil tiros por minuto.
Contra os submarinos o navio tem dois sistemas antissubmarino Vodopad. Nenhum cruzador no mundo tem um armamento tão poderoso. Para gerenciar e fazer funcionar os sistemas do navio é necessária uma tripulação de 1.100 oficiais, suboficiais e marinheiros.
"O objetivo principal [dos navios dessa classe] é a destruição de alvos marítimos", explicou o almirante Vyacheslav Popov, sublinhando que em agrupamento o conjunto de vários tipos de armamentos permite usar o navio como suporte de defesa antiaérea.
"A unidade propulsora nuclear amplia suas capacidades, de fato, até o infinito […] Esse navio é tão universal que se aproximar dele e destruí-lo é praticamente impossível", disse ele. O ex-comandante da Frota do Norte tem experiência própria de serviço em um navio desse projeto.
"Eu assisti à eficácia de funcionamento do sistema de defesa antiaérea", afirmou o almirante.
Estas unidades navais tem uma grande relevância política, porque, ao contrário dos outros ramos, a Marinha pode desempenhar seu papel em tempo de paz.
"No seu conjunto, o Oceano Mundial é neutro, exceto as pequenas faixas de águas territoriais e zonas econômicas. Os nossos navios estão prontos para mostrar a bandeira e manter sua presença em qualquer ponto do Oceano Mundial", declarou almirante.
Um cruzador, destróier ou fragata podem entrar praticamente em qualquer porto do mundo, através disso a Marinha se torna um instrumento significativo da política externa da Rússia, opina Vyacheslav Popov.
Atualmente, a Marinha da Rússia tem dois navios do projeto Orlan e tem um em estado de conservação.