Tropas e material bélico de países membros da OTAN chegaram à Estônia para participar dos exercícios militares em grande escala Spring Storm 2019. Conforme dados do Estado-Maior das Forças da Defesa do país báltico, mais de 9 mil militares de 13 países participarão dos treinamentos. Ademais, planeja-se usar cerca de 200 unidades de material bélico, inclusive tanques britânicos Challenger 2 e franceses Leclerc, caças alemães e britânicos Eurofighter e aviões de ataque ao solo poloneses Su-22.
Nessa conexão, o diretor do Centro de Pesquisas Políticas e Militares do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou (MGIMO, na sigla russa), Aleksei Podberezkin, comentou, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, que nos últimos anos é possível observar uma militarização acelerada dos países bálticos, inclusive da Estônia.
"A Estônia está tentando se transformar em uma 'grande potência militar', pelo menos à escala do Báltico. Não apenas a Estônia, mas também seus vizinhos, Letônia e Lituânia, aumentaram significativamente seus gastos militares nos últimos anos. Tais gastos são completamente desproporcionados ao crescimento do PIB, ou seja, é uma militarização explícita", assegurou.
"Nos países bálticos está sendo preparada uma infraestrutura da OTAN, e neste aspecto a Estônia é uma prioridade para a OTAN. E se estamos falando do desenvolvimento da infraestrutura, aqui é necessário treinar o desdobramento de forças armadas, a preparação de diversas instalações para receber forças armadas, equipamentos militares, a instalação de centros de comunicação, etc.", sublinhou.
Assim, o especialista acredita que "se trata da preparação de uma infraestrutura da OTAN para enfrentar a Rússia, e a Estônia foi escolhida como uma direção crucial em caso de uma possível agressão contra a Rússia", concluiu.