França mantém planejamento para 5G mesmo após restrições americanas à Huawei

© REUTERS / Dado RuvicLogo da Huawei sobreposto ao 5G.
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A França pretende seguir com o planejamento inicial e implantar a rede 5G em 2020, mesmo com os problemas enfrentados pela Huawei após recentes ações de Washington, disse o chefe da agência reguladora francesa de telecomunicações (ARCEP) Sebastian Soriano. Ele acredita que o imbróglio entre EUA e Huawei terá "um impacto limitado" no país.

Soriano sugeriu que as empresas de telecomunicações podem escolher outros fornecedores se a Huawei estiver enfrentando problemas. Mesmo assim, ele não descartou o uso de equipamentos da gigante chinesa, apesar dos EUA ameaçarem "reavaliar" a política de compartilhamento de inteligência com os aliados europeus que usam as tecnologias da empresa em suas redes 5G.

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Os EUA proibiram a Huawei e outras 70 subsidiárias chinesas de obterem tecnologia desenvolvida em solo americano, levando o Google, Intel e a Qualcomm a suspenderem cooperação e transferência de tecnologia à empresa. A gigante das telecomunicações chinesa, porém, já tinha um Plano B há um ano e seria capaz de sobreviver ao golpe.

França VS EUA?

Essa não é a primeira vez que a França desafia os EUA. A declaração do chefe da ARCEP ocorre em um momento no qual Paris se mostra contra o desejo da UE em manter negociações comerciais com os EUA, a fim de evitar a imposição de pesadas tarifas por Washington. O presidente francês, Emmanuel Macron, insiste que a UE não pode negociar com um país que se retirou do Acordo de Paris, que visa combater as mudanças climáticas.

A professora Stephanie Hoffer, estudiosa da Fulbright, economista e especialista em impostos, acredita que Macron está tentando restaurar sua imagem pública como um defensor de políticas ambientais sustentáveis.

"A França, como uma grande participante na UE, […] pretende tomar posição e sinalizar insatisfação com a postura do líder americano, sem comprometer as negociações", disse ela.

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A estudiosa acredita que a França não será capaz de atrapalhar as negociações, mas sua posição de destaque dentro do bloco pode afetar o andamento das tratativas. 

Hoffer está convencida de que os países com interesses econômicos no acordo comercial UE-EUA, como a Alemanha, terão vozes decisivas nas negociações, mas ainda terão que levar em consideração a posição de Paris e "barganhar internamente pelas concessões francesas".

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