Cientistas descobrem na África micróbios que vivem em condições similares às de Marte

© Foto / Pixabay / ColiN00BVista de Marte
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Um grupo de pesquisadores internacionais liderado por Felipe Gómez, do Centro de Astrobiologia da Espanha, descobriu em um vulcão na Etiópia, um dos lugares mais inóspitos e quentes na Terra, uma estirpe das bactérias chamadas Nanohaloarchaeles que vivem em condições extremas parecidas às de Marte.

Segundo o comunicado, estes micróbios foram encontrados em amostras recolhidas em janeiro de 2017 nas fontes termais do vulcão Dallol.

Os micróbios vivem suportando uma temperatura de 89 graus Celsius e uma acidez de 0,25 pH.

"É um ambiente exótico e muito extremo, onde os organismos têm que lidar com temperaturas altas para sobreviver, com alto teor de sal e um pH muito baixo", sublinhou o doutor Felipe Gómez.

A precipitação por água superaquecida saturada com vários tipos de sal cria a paisagem multicolor do Dallol, no qual podem ser apreciadas tonalidades amarelas, vermelhas, verdes e azuis. Durante a expedição realizada em 2017, a equipe de pesquisadores recolheu amostras das camadas finas de depósitos de sal da parede de uma chaminé geotérmica em um poço de água azul.

Marte (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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As amostras foram transportadas em frascos estéreis e selados para centros científicos na Espanha, onde foram submetidas a uma série de testes, como amicroscopia eletrônica, análise química e sequenciamento de DNA. Como resultado, os especialistas conseguiram identificar nas amostras pequenas estruturas esféricas de origem biológica.

Segundo os cientistas, esses organismos têm entre 50 e 500 nanômetros de diâmetro, cerca de 20 vezes menos que uma bactéria comum. Alguns estão cercados por cristais em forma de agulha.

A geoquímica incomum do vulcão Dallol tem semelhanças com os ambientes hidrotermais encontrados em Marte, incluindo a cratera marciana Gusev.

"Um estudo profundo das características deste sítio espantoso melhorará nossa compreensão dos limites da vida na Terra e orientará nossa busca por vida em Marte e em outras partes do Universo", disse a cientista Barbara Cavalazzi.

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