Cientista político Pavel Salin avaliou, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, até que ponto é elevado o risco de a situação tomar esse rumo.
O presidente norte-americano, Donald Trump, não descarta a possibilidade de haver ações militares contra o Irã, destacando ao mesmo tempo que não quer que este tipo de acontecimentos ocorra.
O líder iraniano também afirmou anteriormente que não descarta a possibilidade de realizar negociações com os EUA se Washington levantar as sanções impostas a Teerã.
O cientista político e diretor do Centro de Estudos Políticos da Universidade de Finanças junto do governo da Rússia, Pavel Salin, comentou em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik as recentes declarações de Donald Trump.
"Isso é uma forma de pressão informativa. Os EUA, inclusive Donald Trump, estão conscientes de que o Irã dispõe de uma boa máquina militar e de uma estrutura econômica que pode ser mobilizada no caso de um conflito militar", aponta o analista.
"O mais importante é que o Irã está preparado para um possível conflito "quente" com os Estados Unidos. Por isso se trata precisamente de uma pressão informativa sobre o Irã, tentando desta forma conseguir algum tipo de concessões em caso de haver eventuais negociações", opina Pavel Salin.
"A possibilidade de o conflito passar para uma fase quente é muito baixa. Por outro lado, sempre que existe um elevado nível de confronto verbal, pode funcionar o 'excesso do executante'. Em outras palavras, os nervos de algum coronel podem não resistir [à pressão]. Mas para isso acontecer deve haver uma frente militar de contato direto. Essa frente militar direta entre os EUA e o Irã não existe, nem mesmo na Síria", concluiu Pavel Salin.