Esta semana, os observadores russos vão realizar dois voos no âmbito do Tratado de Céus Abertos, informou a Sputnik citando o jornal Krasnaya Zvezda do Ministério da Defesa da Rússia.
"Um deles será realizado sobre o território dos EUA – em um avião russo Tu-154MLK-1 no período de 24 a 29 de junho a partir do aeródromo dos Céus Abertos de Great Falls com um alcance máximo de 5.130 quilômetros", especifica a edição.
O segundo voo terá lugar de 24 a 28 de junho sobre a Suécia. Para fazer isso, será usado um An-30B, que decolará do aeródromo de Uppsala, o alcance máximo será de 1.700 quilômetros.
Relutância de países ocidentais
O caminho para a conclusão do Tratado de Céus Abertos não foi fácil na época, lembrou o diretor do Centro de Estudos Militares e Políticos do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou (MGIMO), Aleksei Podberyozkin, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.
"Houve nisso certas dificuldades, em primeiro lugar do lado americano. Os americanos não queriam que utilizássemos o nosso equipamento como nós o propusemos, mas agora todas estas coisas estão regulamentadas e esses voos são realizados regularmente", disse o especialista.
Como indica Podberyozkin, a própria ideia de "céu aberto" e do Tratado de Céus Abertos, ao abrigo do qual são efetuados esses voos, era americana. "E eles insistiram nisso durante muito tempo – praticamente durante todo o período do pós-guerra. Mas agora o Ocidente está bastante relutante em continuar esta prática, mas por enquanto ela continua", disse.
Os voos sobre os EUA e a Suécia terão lugar ao longo de percursos acordados. Haverá especialistas americanos e suecos a bordo, que controlarão os procedimentos de aplicação do equipamento e o cumprimento das disposições do Tratado. Além disso, no âmbito do acordo, está previsto para esta semana um voo conjunto das missões da França e da Alemanha sobre a Rússia em um C-130H francês a partir do aeródromo de Kubinka.
Tratado de Céus Abertos
O Tratado de Céus Abertos foi assinado em 1992 por representantes de 24 Estados membros da OSCE. O objetivo do tratado é criar confiança entre os Estados melhorando o controlo das atividades militares.
De acordo com os seus termos, as partes podem realizar voos de reconhecimento sobre o território de outros Estados membros e coletar informações sobre suas tropas. Atualmente, do Tratado fazem parte 34 países, a maioria deles são países da OTAN. A Rússia ratificou o tratado em 2001.