Brasil não vai conseguir subsídios agrícolas na OMC sem apoio dos EUA, diz especialista

© AP Photo / Fabrice CoffriniEntrada para a sede da OMC em Genebra, Suiça (foto de arquivo)
Entrada para a sede da OMC em Genebra, Suiça (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Nos siga no
O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, afirmou que o governo brasileiro deseja propor na Organização Mundial do Comércio (OMC) regras para subsídios agrícolas caso as regras para subsídios industriais fiquem mais “restritas”.

A declaração foi dada nesta terça-feira (25) durante entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto.

“A posição brasileira é de que a reforma da OMC é necessária, pois as regras são de décadas atrás. O Brasil negocia qualquer tema, mas, se tornarem mais restritas regras para subsídios industriais, o Brasil vai propor regras para subsídios agrícolas”, declarou Rêgo Barros.

Para Lia Valls, economista e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a questão agrícola na OMC é um ponto central para o Brasil, mas que nenhuma mudança virá sem o apoio dos Estados Unidos.

"Na OMC é tudo por consenso, sem a participação dos Estados Unidos, que é o maior exportador do mundo agrícola, e a participação dos países europeus, você não consegue fazer nada porque você tem que estar junto dos maiores produtores agrícolas do mundo. (...) Sem a participação desses países todos é difícil fazer alguma coisa", disse.

Valls também comenta que o ideal seria o Brasil já ter uma proposta elaborada, dessa maneira ficaria mais fácil de conseguir apoio.

"Você ter organizado uma proposta e tentar a partir daí tentar fazer uma organização é legal, é uma iniciativa importante sim, ainda mais que se dá nesse momento de total paralisação da rodada de Doha [lançada em 2001]", comentou.

A declaração de Barros foi dada na véspera da viagem do presidente Jair Bolsonaro a Osaka (Japão) onde participará da cúpula de líderes do G20.

O Brasil apoia a proposta de reformar as regras da OMC para condenar o subsídio governamental às indústrias com maior veemência.

Como contrapartida, o Brasil defende o mesmo rigor contra os subsídios agrícolas em países como EUA, França, China e Índia.

"A ideia é um pouco condicionar, se não avançar na agrícola você também não aceita que haja também maiores alguma mudança na área industrial. Fica uma coisa um pouco adicionada a outra, essa que é um pouco a ideia", explicou Valls.

Em meio a guerra comercial entre EUA e China, Bolsonaro terá reuniões bilaterais com os líderes dos dois países.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала