Oferecer-se para conversar é apenas mais uma maneira de os EUA forçarem o Irã a entregar sua posição, alertou Khamenei nesta quarta-feira.
"Negociações são sua maneira de enganar para [dar-lhes] o que eles querem. Você segura a arma e o outro lado não ousa se aproximar de você. Então, eles dizem soltar sua arma para que eu possa fazer mal a você. É isso que eles querem dizer com negociações", escreveu Khamenei no Twitter.
Khamenei declarou ainda que Washington "fracassou em atingir seus objetivos ao pressionar" o Irã e continuará a fazê-lo no futuro.
Um dia antes, o assessor de segurança nacional dos EUA, John Bolton, afirmou que os EUA estão "mantendo a porta aberta para negociações reais" com Teerã. Para aproveitar esta oportunidade, o Irã deve preencher uma lista de várias demandas dos EUA, incluindo o fim do "comportamento maligno em todo o mundo", afirmou ele.
Teerã, por sua vez, diz que mantém a porta aberta para qualquer conversa, mas deixou claro que nenhuma negociação significativa é possível, desde que Washington continue impondo sanções e se atenha à sua "pressão máxima".
O conflito de longa data entre Washington e Teerã começou a aumentar no ano passado, depois que os EUA deixaram unilateralmente o acordo nuclear de 2015 sobre o Irã, conhecido como o JCPOA. Em maio, o Irã alertou a União Europeia (UE), também signatária do acordo, que suspenderá parcialmente suas obrigações sob o acordo, a menos que os europeus negociem o levantamento das sanções dos Estados Unidos.
O Irã depois esclareceu que em 27 de junho sua produção de urânio enriquecido ultrapassará o limite de 300kg estabelecido pelo JCPOA. O porta-voz da agência de energia nuclear do país, Behrouz Kamalvandi, confirmou que o prazo expirará nesta quinta-feira. A partir desse ponto, o estoque de urânio continuará a crescer, disse ele.
"Com o fim desse prazo [em 27 de junho], o ritmo de enriquecimento acelerará", completou.