Entre os 38 jornalistas assassinados em todo o mundo no primeiro semestre deste ano, 2 são brasileiros. Assim o Brasil é o número 4 no ranking dos países mais perigosos para o exercício desta profissão na primeira metade de 2019.
O que leva à insegurança da vida dos profissionais do jornalismo no Brasil?
Sputnik Brasil conversou sobre o tema com Maria José Braga, presidente da Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas - que relatou existir de fato uma preocupação.
Apesar do Brasil viver uma situação de normalidade, um grande número de jornalistas é morto mesmo assim, explicou a sindicalista. Além disso, os profissionais da área de comunicações sofre constantes ameaças durante o exercício da profissão.
Se, por um lado, as mortes ocorrem mais no interior, as agressões físicas ocorrem mais em centros urbanos, em casos de manifestações públicas e aglomerações de pessoas. Por outro lado, o aumento de atividades nas redes sociais também traz problemas.
"Temos também casos muito frequentes de agressões verbais, intimidações e ameaças nas redes sociais. Estas estão muito associadas à posições político-partidárias", explicou a especialista.
Para mitigar os efeitos dos riscos, as entidades sindicais de jornalistas defendem a aprovação de um projeto de lei, que tramita no Congresso, para a "federalização das investigações de crimes contra jornalistas".
Segundo ela, "um dos motivos da violência é a impunidade e a falta de identificação dos responsáveis".
Além disso, é importante orientar as forças de segurança para agir de forma a proteger os jornalistas em caso de manifestações.
"O jornalista não deveria ser o alvo", concluiu.
A diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, Carmen Pereira, concordou com sua colega e acrescentou à Sputnik Brasil que a violência contra os jornalistas é "uma pauta permanente".
Apesar dos dados de 2019 ainda não terem sido compilados, Carmen disse acreditar "que a questão política é uma motivação permanente da violência contra os jornalistas".
Para ele também é necessário insistir em propostas de políticas públicas para controlar essa violência.
"Na medida que você está atacando um jornalista, você está atacando a liberdade de expressão de toda a sociedade e a própria democracia fica fragilizada com essas agressões", concluiu.