Os resultados ressaltam o abismo entre os compromissos assumidos pelo setor privado e a transformação que os cientistas dizem ser necessária para impedir que a crise climática destrua o planeta.
"Os investidores precisam adotar uma posição de emergência, caso contrário, a janela para garantir a mudança que precisamos será eliminada", disse Adam Matthews, co-presidente da Transition Pathway Initiative (TPI) e diretor de ética e engajamento do Conselho de Pensões da Igreja da Inglaterra, em comunicado.
O estudo de 274 das maiores empresas de capital aberto constatou que quase a metade não considera adequadamente os riscos climáticos em suas decisões operacionais.
Embora os reguladores e bancos centrais de muitos países industrializados estejam pressionando por uma maior divulgação dos riscos climáticos, um quarto das empresas do estudo não informa suas próprias emissões, disse a TPI.
Análises de 160 das empresas no estudo descobriram que apenas 20 estavam no caminho para reduzir suas emissões de carbono de acordo com o Acordo de Paris de 2015.
Entre elas estão a alemã E.ON, a espanhola Iberdrola, a finlandesa Stora Enso e a californiana Edison International, disse a TPI, responsável pelo levantamento.
O acordo de Paris tem como objetivo limitar o aumento da temperatura média global para "bem abaixo" de 2°C, enquanto busca aumentar a meta para 1,5°C. As políticas atuais colocam o mundo nos trilhos para um aumento de ao menos 3°C até o final do século.
O mundo já se aqueceu em cerca de 1°C, alimentando o aumento do clima extremo, devorando os glaciares do Himalaia e dos Alpes e interrompendo a agricultura em muitas partes do mundo.