Segundo Yevseev, existem cerca de 200 ogivas nucleares no território da Europa, e os EUA, sem alterar o número de suas ogivas nucleares na Europa, podem transferir parte delas dos aviões portadores para outros sistemas.
"Em primeiro lugar, para mísseis de cruzeiro de baseamento terrestre. Neste caso, a vulnerabilidade da Rússia, é claro, vai aumentar", disse Yevseev à agência Sputnik na quinta-feira (1º) durante uma conferência dedicada à situação com o Tratado INF.
"Enquanto que para proteção de ogivas transportadas por aviões é suficiente ter um sistema de defesa antiaérea, já em caso de instalação de tais ogivas nucleares em mísseis a Rússia terá que ter meios mais eficazes para conter esta ameaça ou para sua eliminação, se for necessário", acrescentou Yevseev.
Retirada unilateral dos EUA
A Rússia acusa os EUA de ter implantado na Romênia e na Polônia lançadores MK-41 de sistemas de defesa de mísseis capazes de lançar mísseis de cruzeiro Tomahawk, proibidos pelo Tratado INF. Além disso, Moscou a considera como uma violação o uso pelos EUA de drones de ataque de longo alcance, que se enquadram na definição pelo tratado dos mísseis de cruzeiro terrestres.
No início deste ano, Washington anunciou sua retirada unilateral do Tratado INF, acusando a Rússia de uma violação prolongada do Tratado, mas Moscou nega todas as acusações.
O presidente russo Vladimir Putin disse em 2 de fevereiro que a Rússia espelharia a decisão dos EUA de se retirar do Tratado INF e também suspenderia sua participação do tratado. Ao mesmo tempo, Putin acrescentou que todas as propostas de desarmamento feitas pela Rússia "permanecem em cima da mesa e as portas estão abertas", mas exigiu que não se iniciem mais negociações sobre esta questão.