O Conselho de 15 membros se reuniu a portas fechadas a pedido da China e do Paquistão, depois que a Índia removeu a autonomia de décadas do território de maioria muçulmana de Jammu e da Caxemira. A China raramente solicita reuniões do Conselho de Segurança.
Embora o órgão da ONU não tenha concordado em emitir uma declaração conjunta, o embaixador da China, Zhang Jun, resumiu as discussões, descrevendo uma séria preocupação com a situação.
"Eles também estão preocupados com a situação dos direitos humanos e também é a visão geral dos membros de que as partes envolvidas devem evitar qualquer ação unilateral que possa agravar ainda mais a tensão lá, já que a tensão está muito tensa e muito perigosa", disse Zhang Jun nesta sexta-feira (16) depois da primeira reunião do Conselho sobre o assunto em décadas.
O embaixador da Índia na ONU, Syed Akbaruddin, acusou Zhang de tentar passar suas observações como "a vontade da comunidade internacional". Ele disse que a decisão da Índia é um assunto interno.
"Se houver problemas, eles serão discutidos, serão abordados por nossos tribunais; não precisamos de intrometidos internacionais para tentar nos dizer como administrar nossas vidas. Somos mais de um bilhão de pessoas", disse Akbaruddin à imprensa.
Também nesta sexta, o secretário indiano de Defesa afirmou que o país pode mudar sua doutrina nuclear de não atacar primeiro.
A região do Himalaia tem criado tensão entre os paquistaneses e a Índia, dois países que contam com armas nucleares.
O Conselho de Segurança da ONU adotou várias resoluções em 1948 e na década de 1950 sobre a disputa entre a Índia e o Paquistão pela região, incluindo uma que diz que um plebiscito deveria ser realizado para determinar o futuro da maioria muçulmana da Caxemira.
Soldados da ONU observam desde 1949 o cessar-fogo entre a Índia e Paquistão em Jammu e na Caxemira.