Em entrevista à Sputnik China, o especialista militar destacou as principais conclusões do relatório do Centro de Estudos dos EUA na Universidade de Sydney, que evidencia alterações acentuadas no equilíbrio estratégico a favor da China.
O relatório publicado hoje, 19 de agosto, aponta que os EUA já não possuem a supremacia militar na região do Pacífico. Os militares estadunidenses se transformaram em uma "força degradante", que está "perigosamente sobrecarregada" e "mal preparada" para fazer frente à China, afirma o relatório.
Por outro lado, a China, graças ao considerável investimento em sistemas militares avançados, adquiriu capacidade de desafiar a ordem estabelecida na região.
Os autores do relatório salientam que a China investiu seus recursos em desenvolvimento de mísseis balísticos de alta precisão, bem como em outros sistemas capazes de restringir as capacidades dos EUA de efetuarem uma invasão militar rápida na região.
Fazendo uma avaliação do balanço de forças na região do Pacífico, o especialista disse que neste momento os Estados Unidos ainda possuem superioridade sobre a China no que diz respeito ao armamento naval graças às suas forças aeronavais. No entanto, no que toca às forças terrestres, a China supera sem dúvida os EUA tanto em quantidade como em qualidade do equipamento.
China aposta no desenvolvimento de sistemas militares avançados
"Durante os últimos anos, entraram em serviço [na Marinha chinesa] 17 navios da classe de contratorpedeiros. Estas embarcações, comparando suas características, são semelhantes aos destróieres da classe Arleigh Burke pertencentes à Marinha dos EUA. Contudo, as forças estadunidenses só receberam duas unidades deste tipo ao longo do mesmo período. A China executou testes de um míssil hipersônico antinavio. Podemos seguramente afirmar que, nos próximos anos, estes mísseis se tornem operacionais na Marinha chinesa, enquanto os EUA não possuem este tipo de mísseis", disse o especialista militar.
"A tendência é a China estar alcançando os EUA em capacidade militar das suas forças polivalentes, que se vai equilibrar no futuro próximo, e posteriormente irão superar o potencial dos EUA. O reforço estratégico de Pequim na região do Pacífico contribuirá para a estabilização da situação, sendo que nestas circunstancias Washington não irá se meter em aventuras militares", acrescentou Konstantin Sivkov.
De acordo com o relatório do Centro de Estudos dos EUA na Universidade de Sydney, quase todas as bases militares dos aliados e parceiros dos EUA no Pacifico Ocidental sofrem escassez de infraestruturas fortificadas. Os aliados dos EUA, particularmente o Japão, Austrália e Filipinas, estão cada vez mais conscientes da vulnerabilidade da sua segurança devido à incapacidade estratégica dos EUA em protegê-los.