O ministro do Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, se reuniu com representantes da empresa de óleo e gás Equinor, da fertilizante Yara, e a produtora de alumínio Norsk Hydro. Essas três são controladas pelo governo norueguês.
"Elas devem estar conscientes sobre suas cadeias de fornecimento e garantir que não ajudem a contribuir para o desmatamento", disse Elvestuen.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Adriana Ramos, integrante do Instituto Socioambiental (ISA), disse que a Noruega dá "um exemplo ao Brasil" ao convocar as empresas.
"Essa reunião demonstra que a Noruega tomou a sério essa preocupação e que ela tem um esforço de tentar reduzir essa possível hipocrisia e ter essa coerência na atuação da região", disse.
Adriana Ramos destacou o fato da realização da cooperação entre agentes públicos e privados para reduzir o desmatamento na região da Amazônia.
"Nós temos sempre que trabalhar no sentido de forçar agentes públicos e privados a melhorarem suas práticas na questão ambiental, esse é um esforço do movimento ambientalista e essa busca de coerência vem nesse sentido", defendeu.
Em agosto, o governo da Noruega suspendeu as doações ao Fundo Amazônia após o governo brasileiro bloquear as operações que eram beneficiadas pelo montante.
"O Brasil vive uma crise que impede os próprios órgãos ambientais de cumprir o seu papel, não é hora de rejeitar colaboração de outros países que historicamente foram responsáveis pela construção da agenda ambiental no Brasil", disse Adriana Ramos.
A Noruega já desembolsou cerca de US$ 1,2 bilhão para o Fundo Amazônia.