Johnson toma esta decisão a fim de se proteger de qualquer tentativa dos parlamentares pró-europeus que possa frustrar a saída do Reino Unido da UE em 31 de outubro.
"Penso que a decisão do primeiro-ministro é extremamente questionável e realmente alarmante", anunciou Dominic Grieve, parlamentar do Partido Conservador e ex-advogado-geral do Estado.
A decisão do premiê britânico de limitar as oportunidades dos legisladores que ameaçam interferir nos seus planos em relação ao Brexit representa um golpe contra o Parlamento, disse esta quarta-feira (28) a política britânica Diane Abbott, do Partido Trabalhista.
Boris Johnson is aiming for a coup against parliament. Against you the voters and your political representatives. For a disastrous No Deal where the only one to benefit is Trump https://t.co/4sz76f0FbP pic.twitter.com/DWamMw3Nhn
— Diane Abbott (@HackneyAbbott) August 28, 2019
"Boris Johnson está tentando fazer um golpe contra o Parlamento. Contra vocês os eleitores e contra os representantes políticos. [Seguindo] para um desastroso [Brexit] sem acordo onde o único que sai a ganhar é Trump".
A suspensão do Parlamento será confirmada após uma audiência da rainha Elisabeth II com o Conselho Privado prevista para hoje (28) no castelo de Balmoral, na Escócia.
Durante a reunião, o governo irá confirmar sua intenção de apresentar um novo programa legislativo em 14 de outubro durante o chamado "Discurso da Rainha".
Boris Johnson exigiu lealdade ao seu grupo parlamentar para conseguir obter resultados favoráveis na negociação do Brexit com a União Europeia, que poderia começar nos próximos dias.
"Os Estados membros estão observando com grande interesse o que o Parlamento faz e apenas demonstrando união e resolução teremos a oportunidade de assegurar um novo pacto que possa apoiar o Parlamento", destacou Johnson.
"Esta manhã [28 de agosto] falei com Sua Majestade, a Rainha, para solicitar o fim da atual sessão parlamentar na segunda semana de setembro", informou o primeiro-ministro.
O novo primeiro-ministro deixou claro que quer que o Reino Unido deixe a União Europeia em 31 de outubro "aconteça o que acontecer", embora tenha afirmado antes que prefere uma saída com acordo.