O presidente do STF, Dias Toffoli, suspendeu o julgamento e não há previsão para que o assunto retorne à pauta do Supremo.
A tabela de frete foi implantada após a greve dos caminhoneiros em 2018. A mobilização fechou rodovias e gerou desabastecimento em diversas cidades brasileiras.
O tabelamento, contudo, é alvo de disputa. Os preços estabelecidos pela tabela mais recente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foram suspensos em julho deste ano.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga do Sul Fluminense, Francisco Wilde, defende que não se trata de uma tabela, mas sim "o valor que seria o mínimo do mínimo" para a sobrevivência dos motoristas.
Wilde participou com outros caminhoneiros de uma paralisação na parte do sul do Rio de Janeiro da Rodovia Presidente Dutra e criticou a decisão do STF. Também foi registrada uma paralisação no Paraná, afirma a Folha de S. Paulo.
"Enquanto o STF não julga, as transportadoras da região baixaram o preço do frete, menos do que já estava, ficou inviável para todo mundo trabalhar, isso revoltou [a categoria]", diz Wilde à Sputnik Brasil.
O líder sindical afirmou que a movimentação foi suspensa porque uma reunião no Ministério da Infraestrutura está prevista nesta quarta para discutir a tabela de frete.
Wilde também criticou o agronegócio pela resistência do setor ao tabelamento dos fretes.
"O agronegócio quer bagunçar as coisas, nós pegamos esses valores do piso de uma tabela que era chamada de tabela referência que existia na ANTT, os dados delas eram fornecidos pelo Ministério da Agricultura", diz.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) já entrou com ação no STF contra a ANTT pela tabela de fretes.