Amplamente criticado por seu apoio ao desmatamento na Amazônia e uma reação tardia aos incêndios florestais, Bolsonaro disse no início desta semana que não participaria da sessão desta sexta-feira na Colômbia devido aos preparativos para uma cirurgia.
Uma dieta líquida que ele deveria iniciar naquele dia tornara a viagem inviável, explicou o porta-voz Otávio Rego Barros. Mas na terça-feira, Barros inverteu o curso, dizendo aos repórteres que "estamos programados para realizar uma videoconferência na sexta-feira às 11h30 (horário de Brasília)".
A cirurgia de Bolsonaro, a ser realizada no próximo domingo, tem como objetivo corrigir uma hérnia incisional, sua quarta operação desde que ele foi esfaqueado há quase um ano durante a campanha presidencial.
Os médicos explicaram que ele precisaria de 10 dias de descanso após a operação, que será realizada em São Paulo.
Na segunda-feira, o presidente prometeu defender sua polêmica política amazônica na Assembleia Geral da ONU no final deste mês, mesmo que ele tivesse que fazê-lo "em uma cadeira de rodas".
"Aparecerei diante da ONU mesmo em uma cadeira de rodas, em uma maca. Aparecerei porque quero falar sobre a Amazônia", comentou Bolsonaro a repórteres do lado de fora de sua residência oficial em Brasília.
Tradicionalmente, o Brasil faz o primeiro discurso na reunião da Assembleia Geral, marcada para 24 de setembro.
Respondendo às críticas de sua política, Bolsonaro acusou a França e a Alemanha de tentarem comprar a soberania do Brasil depois que o grupo do G7 de democracias ricas ofereceu US$ 20 milhões em ajuda contra incêndios na Amazônia.
Bolsonaro incentivou os brasileiros a usar as cores do país - verde e amarelo - durante as próximas comemorações do Dia da Independência, neste sábado, para reafirmar a reivindicação do Brasil à região amazônica.