A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo denunciou nesta segunda-feira (9) o ex-presidente Lula e seu irmão, Frei Chico, por corrupção passiva continuada, bem como os donos da Odebrecht, Emilio e Marcelo Odebrecht, e o ex-diretor da empresa, Alexandrino de Salles Ramos Alencar, por corrupção ativa continuada.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, Frei Chico, sindicalista com carreira no setor do petróleo, entre 2003 e 2015 "recebeu R$ 1.131.333,12, por meio de pagamento de 'mesada' que variou de R$ 3 mil a R$ 5 mil e que era parte de um 'pacote' de vantagens indevidas oferecidas a Lula, em troca de benefícios diversos obtidos pela Odebrecht junto ao governo federal".
"Os pagamentos a Frei Chico eram feitos em razão do cargo de Presidente da República, então ocupado por Lula e, assim como outras vantagens por ele recebidas, visavam à obtenção, pela empresa, de benefícios junto ao governo federal", diz a nota a denúncia divulgada no site do MPF.
Em delação premiada realizada em abril de 2017, o ex-diretor da Odebrecht, Alexandrino Alencar, havia dito que Frei Chico recebeu mesadas da empreiteira por 13 anos. Na ocasião, o ex-presidente Lula declarou que não nunca "deu 1 real" pro seu irmão Frei Chico "porque ele nunca precisou, nunca pediu pra mim".