Situação por incêndios na região do Chaco paraguaio é crítica e desanimadora, diz prefeito

© AP Photo / Jorge SaenzChaco paraguaio
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Com 34 focos de incêndio, a situação do Chaco paraguaio é crítica e desanimadora, disse em entrevista para a Sputnik o prefeito da cidade de Filadelfia, Holger Bergen.

A região, considerada a segunda maior floresta tropical da América do Sul, está entre as 11 com maior índice de desmatamento do mundo. Bergen afirmou nesta segunda-feira (9) que o fogo está ressurgindo em alguns pontos.

"Ontem foram reportados 34 focos de incêndio. Hoje me comunicaram que existem várias áreas novas onde o fogo está reaparecendo. A situação é desanimadora. Bombeiros, peões, voluntários e fazendeiros estão trabalhando. Hoje estão chegando ao limite de suas forças, estão super cansados, pois estão trabalhando quase sem descansar", explicou para a Sputnik.

O chaco é a região mais extensa do Paraguai, com 250.900 quilômetros quadrados e 234 mil habitantes. A cidade de Filadelfia está localizada no centro do bioma, a 470 quilômetros de Assunção. O ministro de Emergência Nacional, Joaquín Roa, anunciou que dois aviões hidrantes devem chegar do Brasil para ajudar no combate ao fogo.

No dia 2 de setembro, as autoridades, após uma operação de 10 dias, informaram que o incêndio na localidade de Bahía Negra, no departamento de Alto Paraguai, estava extinto. No entanto, no dia 7 de setembro, as queimadas ressurgiram devido às condições climáticas.

Incêndios na América do Sul 

A região do Chaco é mais uma da América do Sul que sofre com focos de incêndio. A Floresta Amazônica viu um aumento brutal nas queimadas no primeiro semestre desse ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

"Realmente está muito feia a situação e hoje temos um vento mais forte do que em dias anteriores. Isso significa que os incêndios vão aumentar e são praticamente impossíveis de serem contidos sem uma maior assistência e aviões de maior capacidade. Com o vento forte, o trabalho dos bombeiros vai ser impossível e muito arriscado", lamentou o prefeito.

Segundo ele, o estrago ainda está sendo avaliado, mas já é possível adiantar que o custo será "incalculável", pois muitos animais morreram. "Outros, que conseguiram sobreviver na área, não têm nada para se alimentar nesse momento, praticamente não ficou nenhum pasto e nenhuma planta em muitos quilômetros", disse Bergen.

© AP Photo / Jorge SaenzTronco de árvore dentro do que resta do rio Pilcomayo, na região florestal conhecida como Chaco, no Paraguai, 25 de junho de 2016
Situação por incêndios na região do Chaco paraguaio é crítica e desanimadora, diz prefeito - Sputnik Brasil
Tronco de árvore dentro do que resta do rio Pilcomayo, na região florestal conhecida como Chaco, no Paraguai, 25 de junho de 2016

Para mitigar o problema, está sendo construído um refúgio para os animais. No futuro, a ideia é repovoar a região afetada.

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, assumiu a coordenação das tarefas para combater o fogo. No domingo, ele foi para a cidade de Mariscal Estigarribia, em Alto Paraguai, para acompanhar de perto os trabalhos.

De acordo com o Instituto Florestal Nacional, 13.896 hectares foram atingidos na região do Monumento Natural Cerro Chovoreca, e 47.333 hectaes na zona de Rio Negro, próximo à Estação Três Gigantes.

Desde 2001 o Paraguai perdeu 22 milhões de hectares de florestas, segundo dados da Universidade Nacional de Assunção.

Parte do Chaco também é um bioma brasileiro, pois invade porções dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul que margeiam as áreas semialagadas do Pantanal.

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