Em cosmologia, a chamada constante de Hubble mostra para os cientistas a velocidade de expansão do Universo. No entanto, o valor da constante tem gerado debates na comunidade científica por décadas. A razão disso seria a discrepância do valor da constante de Hubble em distintas medições.
Atualmente, os cientistas utilizam duas estratégias para medir a constante de Hubble. Uma delas seria a mediação das distâncias de estrelas cujas propriedades são bem conhecidas pelos pesquisadores. A segunda estratégia estaria no estudo da radiação cósmica de fundo em micro-ondas.
Em ambas as estratégias, o valor da constante de Hubble apresenta resultados distintos, sendo eles 74 e 67,5 quilômetros por segundo e megaparsec. Tal diferença de resultados poderia demonstrar um equívoco dos cientistas na sua compreensão da estrutura e evolução do Universo.
Possível solução
Para resolver a questão, um grupo internacional de cientistas analisou dois sistemas de lentes gravitacionais para determinar suas distâncias em um ambiente espacial, publicou a análise a Science.
O método utilizou princípios da teoria geral da relatividade de Albert Einstein. Quanto maior a massa de um objeto mais curvas de espaço-tempo há em seu redor, assim como também será mais forte a atração gravitacional do objeto.
Isso significa que a gravidade pode dobrar a luz tal como faz uma lente, em particular quando a luz atravessa um campo gravitacional muito forte.
Em seus resultados, a constante de Hubble alcançou um valor aproximado a 82,4 quilômetros por segundo e megaparsec.
Segundo Inh Jee, dirigente do grupo de cientistas e acadêmica do Instituto Max Planck de Astrofísica de Garching, Alemanha, o método usado com lentes gravitacionais ainda tem incertezas, porém abriria as portas para uma "nova física".