Quando Zelensky chegou a Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU, ele desembarcou no epicentro do mais recente terremoto político que acabou se desdobrando em uma investigação de impeachment contra Trump na Câmara dos Representantes.
Os democratas acusam Trump de pressionar Zelensky a investigar o filho de Joe Biden – pré-candidato democrata para 2020 –, Hunter, e seus negócios na Ucrânia há um tempo. No entanto, na terça-feira, a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, anunciou uma investigação formal de impeachment por causa do escândalo na Ucrânia, marcando sua própria mudança de resistir ao impeachment para agora defendê-lo.
Questionado por um jornalista russo se ele havia ou não havia sido pressionado por Trump, Zelensky refutou a ideia de que poderia ser coagido pelo líder norte-americano.
"Ninguém pode me pressionar, já que sou presidente de um país independente. A única pessoa no mundo que tem esse poder é meu filho de seis anos", afirmou.
A mídia e os democratas afirmam que a ajuda militar à Ucrânia foi a principal ferramenta usada por Trump na tentativa de manipular o presidente ucraniano. Trump nega as acusações.
"Não, não", afirmou na segunda-feira, quando perguntado se havia dito a Zelensky que a Ucrânia só receberia a ajuda se iniciasse uma investigação sobre o filho de Biden.
Transcrição desmente Trump
O Departamento de Estado dos EUA divulgou o resumo da ligação entre os dois nesta quarta-feira, a qual mostra de fato que Trump pediu a Zelensky que investigasse o caso de Biden, que por sua vez forçou a suspensão da investigação contra a empresa ucraniana de gás natural pela qual seu filho trabalhava como membro pago do conselho.
Também nesta quarta-feira, Trump e Zelensky devem realizar sua primeira reunião presencial à margem da Assembleia Geral da ONU.