A Rússia reduziu em mais de 50% a participação do dólar norte-americano em suas reservas em um período de somente um ano. Em contrapartida, a participação do ouro, do yuan e do euro aumentou, informou o Banco Central russo em um informe publicando nesta quarta-feira (02).
O montante total das reservas internacionais da Rússia também cresceu em US$ 27,2 bilhões no mesmo período, atingindo US$ 487,4 bilhões de dólares.
A fatia do dólar no montante total das reservas caiu de 43,7% para 23,6%, uma queda de 54%, entre março de 2018 e março de 2019. O total de ativos nos EUA também teve queda significativa: de 29,3% para 9,2%.
Por outro lado, outras divisas apresentaram um aumento significativo nas reservas russas. A participação do yuan teve o maior aumento: subiu de 5% em março de 2018 para 14,2% em 2019, um crescimento de 35,2%.
A participação do euro aumentou em 8,1% durante o período, e hoje representa 30,3% das reservas internacionais russas.
O ouro, que já tinha uma percentagem elevada na composição das reservas em 2018, de 17,2%, alcançou 18,2% em 2019.
Política monetária do Banco Central russo
O Banco Central russo está implementando, desde abril de 2018, uma política de redução do papel do dólar norte-americano em suas reservas internacionais. Esta medida é uma resposta às sanções econômicas impostas pelos EUA contra Moscou.
Para diminuir a dependência do dólar, o Banco Central russo investiu ativamente na compra de ouro, tornando-se o maior comprador mundial deste metal precioso no ano passado.
O país também procura aumentar o uso de moeda local no seu comércio bilateral, que já atingiu níveis elevados nas transações com parceiros como a China, Irã e Turquia.