Senado fará sessão especial em 5 de novembro para debater as iniciativas do governo em relação à trágica situação da Amazônia. O aumento do desmatamento e das queimadas bem como as políticas públicas para o desenvolvimento da região estão entre os temas da sessão.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), autora do requerimento para a sessão de debates, declarou que a discussão do tema é muito importante, pois, com base nos dados da Agência Espacial Europeia, as queimadas na Amazônia se multiplicaram por 4, em comparação com os eventos registrados no mesmo período de 2018.
Sputnik Brasil conversou sobre o tema com a parlamentar que espera envolver o senado para discutir o tema de forma mais ampla. Para ela, as declarações dadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, estão diretamente relacionadas com o brusco aumento das queimadas no país.
"Quando nós temos uma fala dada pelo presidente de que ele acabaria com a indústria de multas, em relação à questão ambiental, e outras falas mais, que demonstram total desleixo com a questão de fiscalização e controle, isso deixa [a floresta] vulnerável e ao mesmo tempo [a situação mais] flexível para aqueles que já não tinham a disposição de proteger o meio ambiente, para que continuem a delinquir", disse a senadora.
A senadora apontou também que a atual agenda ambiental do governo tem um grande custo político e econômico, como no caso do relacionamento com a França, que ameaça não ratificar o acordo UE-Mercosul em função do posicionamento do governo Bolsonaro.
"Não consigo entender o porquê de um embate brasileiro com a França. A França tem um papel fundamental na efetividade de acordos de impacto econômico grandioso no Brasil. Entre eles, por exemplo, o acordo entre UE e Mercosul, que vai criar a maior área de comércio livre do mundo, trazendo impacto econômico gigante para o povo brasileiro. [...] Acho que foi uma provocação desnecessária", ponderou a parlamentar.
Para ela, os debates a serem realizados no dia 5 de novembro são de suma importância para envolver cada vez mais setores da sociedade nessa discussão.
"Essa é uma das prerrogativas que o senado e o parlamento têm [...] e o debate será aberto ao público", concluiu Eliziane Gama.