"Há tráfico de drogas, combustível, sequestros da Colômbia [...] Todas essas ameaças me levaram à decisão de fazer exercícios militares", afirmou o líder bolivariano na segunda-feira (7) no canal de televisão estatal venezuelano.
O presidente venezuelano também ressaltou que Bogotá busca entrar em guerra contra Caracas e não pode permitir que qualquer grupo armado "entre no território da Venezuela".
Maduro complementa que, após três semanas de manobras militares fronteiriças, o país está agora "na melhor posição em 200 anos para defender o território, a soberania e a paz na Venezuela".
"Decidi continuar com o alerta laranja na fase 2 ativa, continua o alerta laranja e o deslocamento de nossa Força Armada em pleno exercício de nossa soberania", adicionou o chefe de Estado.
"Nenhum [...] grupo paramilitar armado irregular ou de nenhum tipo pode andar em território venezuelano", continuou Maduro, aplaudido pelos militares durante um ato em que felicitou as Forças Armadas pelas manobras.
A Venezuela realizou exercícios militares em grande escala perto da fronteira colombiana entre 10 e 28 de setembro. De acordo com Maduro, Caracas também implantou sistemas de defesa antiaérea na fronteira, enfatizando que o país está aumentando suas forças na região em meio à ameaça de uma possível agressão por parte da Colômbia.
Crise política
As relações entre Caracas e Bogotá pioraram em meio à atual crise política e econômica na Venezuela. Em janeiro, um grupo da oposição tentou derrubar Maduro e instalar o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó.
A tentativa fracassou, mas a agitação continuou, com Maduro acusando Bogotá de estar por trás do movimento para derrubar ou assassiná-lo. A Colômbia negou as alegações.
Bogotá, no entanto, ao lado de outros países, apoiou Guaidó como presidente interino. A China e a Rússia estão entre os Estados que apoiam Maduro, constitucionalmente eleito, como o líder legítimo da Venezuela.