A desestabilização na Moldávia, o envenenamento de um traficante de armas na Bulgária, o golpe de Estado em Montenegro, o envenenamento de Skripal no Reino Unido - todos estes casos são elos de uma cadeia, escreve o jornal The New York Times, citando dados de agências de inteligência ocidentais.
De acordo com o jornal, os serviços de inteligência concluíram que o rasto russo pode ser rastreado em toda parte, e tudo isso é obra do grupo especial ultrassecreto, conhecido como Unidade 29155, cuja principal função é desestabilizar a situação na Europa.
Segundo o jornal, a unidade militar russa foi treinada para organizar golpes de Estado e está em funcionamento há pelo menos uma década, embora os serviços de inteligência ocidentais só agora a descobriram.
"Eu acredito que esquecemos como os russos podem ser impiedosos organicamente", escreve o The New York Times, citando Peter Zwack, um oficial de inteligência aposentado e ex-adido militar da embaixada dos Estados Unidos em Moscou.
Reação na Rússia
O senador russo Aleksei Pushkov comparou as reportagens da mídia ocidental sobre unidades ultrassecretas russas desestabilizadoras da Europa com roteiros de um suspense ruim.
Pushkov ironizou no Twitter que a unidade de sabotagem do Departamento Central de Inteligência (GRU, na sigla em russo) "é tão secreta que ninguém não sabe nada também sobre suas ações".
'Rússia é culpada por tudo'
Dmitry Zhuravlev, diretor-geral do Instituto de Problemas Regionais, comentou a "descoberta" de unidade ultrassecreta russa ao serviço russo da Rádio Sputnik.
"A conclusão é baseada na premissa de que a Rússia é 'culpada por tudo'. O pensamento mitológico pressupõe duas cores: mau e bom. Eles [EUA] dizem que são um império do bem, e nós somos um império do mal, que deve prejudicá-los simplesmente porque não deve fazer mais nada."
Segundo o cientista político, estão tentando acusar a Rússia de quaisquer problemas, de interferência nas eleições ou mesmo de chuvas.
"Tudo será terrível. Como mostra a história, esta não é a primeira Guerra Fria para o Ocidente, eles são os primeiros a acreditar nessas coisas terríveis por si mesmos, e depois perdem completamente sua adequação - isso é que é uma pena", disse Dmitry Zhuravlev.